O novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse ontem (2) em seu discurso de posse que uma de suas missões na pasta é levar adiante o projeto de debate da chamada regulamentação da mídia. Segundo ele, o principal alvo da discussão são os veículos de comunicação detentores de concessão pública, caso de emissoras de rádio e TV.

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“Todos os setores da economia que têm grande impacto social, democrático e econômico são regulamentados. Queremos fazer um debate amplo e profundo sobre o tema, especialmente em relação à comunicação no que tange a concessões públicas”, afirmou após cerimônia de transmissão do cargo no ministério.

A presidente Dilma Rousseff chegou a defender, durante sua campanha à reeleição, a “regulamentação econômica dos meios de comunicação” para evitar a formação de monopólios e oligopólios no setor, além da chamada propriedade cruzada, quando há concentração de mais de um veículo nas mãos de um só proprietário.

O tema chegou a constar nas diretrizes do PT para o programa de governo da reeleição, mas foi retirado do documento final por pressão de aliados. O ex-ministro do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Franklin Martins, também chegou a elaborar um projeto sobre o assunto, mas foi logo engavetado por ter sido interpretado por partidos da oposição como medida de censura dos meios de comunicação.

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Questionado sobre tal proposta da sigla, Berzoini afirmou não haver nada estabelecido. “Vamos ouvir todas as propostas. Vamos trabalhar com o conceito amplo de democracia”, disse. Sobre a possível criação de uma agência reguladora de mídia, o ministro respondeu que ainda não há uma formatação de proposta nesse sentido. “Vamos fazer o processo com tranquilidade, sem pressa. Se houver participação popular, faremos um bom trabalho.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.