Berger diz que está cada vez mais convencido que houve crime de responsabilidade

Considerado um possível indeciso na votação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o senador Dário Berger (PMDB-SC) disse, nesta segunda-feira, 20, que “entende que houve crime de responsabilidade e que a sua firmeza sobre o assunto só vai avançando”.

O senador ironizou as respostas do ex-subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Ivo Correa, convidado pela defesa. Entre os seus questionamentos, Berger perguntou a Correa se Dilma é ou não é responsável pela emissão de decretos de crédito suplementares.

Ao obter a resposta negativa, ele rebateu dizendo que deveria pedir arquivamento de todas as suas ações e natureza penal ou cível. Prefeito em cidades de Santa Catarina durante 16 anos, ele é o senador com o maior número de ocorrências na Justiça. Para Correa, os decretos de orçamento “são fruto de uma cadeia de procedimentos muito longa”, que se inicia por uma requisição do Ministério interessado, passando pelo Ministério do Planejamento e, depois, pela Casa Civil. “Ao chegar ao presidente, parece-me, há quase uma inexigibilidade de conduta adversa por parte do chefe do Executivo. O presidente não tem condições de reanalisar todos esses pressupostos”, respondeu Correa.

Berger ironizou afirmando que “essa alegação não tem prosperado” em seus processos. “Se não prospera para mim, imagino que não deva prosperar também para o presidente. Portanto, cada vez me convenço mais de que as testemunhas objetivamente não respondem às perguntas, o que me deixa entender que efetivamente a presidente cometeu crime de responsabilidade e que só vai avançando a firmeza que eu tenho com relação a esse assunto.”

Na primeira fase da votação do impeachment no Senado, Berger votou pela admissibilidade do processo pelo afastamento de Dilma. Recentemente, contudo, aliados da presidente afastada consideravam que ele poderia mudar de ideia. O peemedebista declarou ser simpático à realização de novas eleições e estaria conversando com parlamentares “independentes” que encabeçam a ideia na Casa, porém ainda não teria decidido sua posição.