politica

Battisti será trazido ao Brasil antes de ser extraditado à Itália

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, informou que o italiano Cesare Battisti será extraditado à Itália pelo Brasil. Heleno disse que o Brasil está acertando os detalhes do voo com autoridades bolivianas, depois de se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.

Heleno afirmou que um avião da Polícia Federal fará a transferência de Battisti, que estava foragido do Brasil e foi preso pela Interpol na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra. Havia a possibilidade que ele fosse levado direto da Bolívia para a Itália.

“Um avião da Polícia Federal nosso está indo buscar, e o avião tem problema de autonomia, ele tem que pousar no Brasil”, afirmou o ministro. “Não é uma escala, porque ele vai ter que trocar de avião. O avião é brasileiro e não tem autonomia para fazer Europa.”

Heleno afirmou que os horários da operação ainda estão sendo definidos entre autoridades policiais e diplomáticas dos países.

O ministro disse que o presidente Jair Bolsonaro ficou “feliz” com a prisão de Battisti, mas negou que ele queria tirar proveito político da extradição: “Ele não quer capitalizar nada, quer botar para fora um bandido, nada além disso”.

O ministro disse considerar ótima a prisão e negou que o Battisti já estivesse fora do Brasil, por ter fugido para a Bolívia, sem que a PF tenha sido capaz de cumprir a ordem de prisão.

“Eu acho ótimo, (Battisti) está devendo”, disse Heleno. “Está fora nada. Gastamos muito dinheiro com esse bandido.”

Também participaram da reunião com Bolsonaro os ministros da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ambos deixaram o encontro sem dar declarações aos jornalistas. O vice-presidente Hamilton Mourão não participou da reunião. Mais cedo, o vice, que pedalou ao redor do Palácio da Alvorada, comentou a prisão: “Missão cumprida”.

Bolsonaro prometera em campanha que extraditaria o italiano, condenado à prisão perpétua em seu país natal, por quatro assassinatos na década de 1970. O ex-militante de extrema esquerda nega envolvimento e se diz vítima de perseguição política. Ele ganhara refúgio no Brasil no governo Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente Michel Temer revogou o benefício no fim do ano passado e decidiu extraditá-lo. Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal determinou a prisão dele, mas Battisti escapou.

Voltar ao topo