A bancada do PSDB se reuniu na noite desta segunda-feira, 28, em Brasília, e decidiu que não deverá apoiar a candidatura dissidente da senadora Simone Tebet (MDB-MS), caso o MDB decida mesmo lançar o senador Renan Calheiros (AL) para a disputa à Presidência da Casa. Neste cenário, os tucanos ainda analisam se vão mesmo oficializar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como candidato ou se apoiariam uma terceira candidatura. Além disso, a bancada decidiu, como um todo, que vai votar abertamente mesmo que o Senado opte por fazer uma eleição secreta.

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A reportagem do Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que, na reunião, que entrou pela madrugada desta terça-feira, 29, os tucanos chegaram à conclusão de que não devem apoiar uma candidatura avulsa do MDB, se a legenda resolver mesmo lançar Renan Calheiros para a disputa. Isso porque a senadora Simone Tebet tem dado sinais de que pode levar seu nome para o plenário mesmo se tiver minoria no seu partido, numa espécie de candidatura avulsa.

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“A gente só pode considerar isso (candidatura da Simone Tebet) se tiver uma decisão formal do MDB, mas dissidência não tem condição. É difícil ela ganhar do Renan, mas eles têm uma reunião hoje (terça) sobre isso. (Se o MDB for com o Renan) ou o PSDB vai com Tasso ou com outro, estamos num momento de conversa”, disse o senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

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O posicionamento do PSDB contraria o esperado pela senadora do Mato Grosso do Sul. Até esta segunda-feira, Simone Tebet contava com uma sinalização de que os tucanos poderiam fazer justamente o oposto: anunciar antecipadamente que o MDB teria o apoio dos tucanos somente se optassem por seu nome. Seria uma forma de forçar os emedebistas a optarem pelo nome dela. O PSDB hesitou, no entanto, sobre um direcionamento tão enfático como este.

A outra deliberação é que os tucanos não vão esperar o MDB escolher seu candidato para só depois se posicionar. Por conta disso, a bancada deve voltar a se reunir nesta quarta-feira, 30, para fazer uma nova avaliação do cenário político. Os senadores do partido ficaram com a tarefa de conversar com outras bancadas sobre o impasse em relação à candidatura do MDB, já que o partido está dividido entre Renan Calheiros e Simone Tebet.

Um dos pontos discutidos também foi a questão do voto aberto. A maioria da bancada fez consenso de que a legenda tem de defender que a eleição não seja secreta, mas sim nominal, apesar da questão não estar explícita no regimento e ter decisão contrária do Supremo Tribunal Federal.

“Teve uma decisão unânime: o PSDB defende o voto aberto, vai todo mundo votar aberto. O resto nós estamos decidindo ainda. Tasso é candidato, mas estamos buscando entendimentos porque não vamos ganhar a eleição sozinhos, só com a bancada”, afirmou Izalci.