O candidato a presidente da Câmara Federal, deputado João Paulo Cunha (PT/SP), participou ontem em Curitiba de um encontro com a bancada federal do Paraná, os governadores Roberto Requião (PMDB), e Luiz Henrique da Silveira (PMDB), de Santa Catarina, e o presidente do PMDB do Rio Grande do Sul, deputado federal Cezar Schirmer.
De Curitiba, Requião e Luiz Henrique viajaram a Porto Alegre para discutir com o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), a formação de uma frente do Sul em apoio às candidaturas de Cunha e do senador José Sarney (PMDB/AP) à presidência do Senado. Cunha será candidato único e teve sua vitória à presidência da Câmara consolidada pelo acordo entre as duas alas do PMDB que vinham se enfrentando nas últimas semanas. O deputado afirmou que o próximo passo, agora, é garantir a participação do PMDB na base de apoio do governo.
O futuro presidente da Câmara recebeu o apoio dos deputados paranaenses em um almoço oferecido por Requião na Granja do Cangüiri, residência oficial do governo. Dos trinta deputados federais do Paraná, vinte e seis estiveram no churrasco da granja. Entre eles, célebres adversários de Requião, como os deputados José Janene (PPB), José Carlos Martinez (presidente nacional do PTB), e os pefelistas Abelardo Lupion e Luciano Pizzatto.
Requião pediu a unidade da bancada em torno da eleição de Cunha e apoiou a reivindicação do grupo em indicar um representante do Paraná para a Mesa Executiva da Câmara. O deputado Max Rosenmann (PMDB) apresentou seu nome. Cunha, em entrevista coletiva concedida antes do almoço, disse que a formação da chapa não segue critérios geográficos. “Nós não trabalhamos com critérios regionais. Se um companheiro do Paraná for indicado pelo PMDB, será integrado à chapa”, comentou. A reunião-almoço foi coordenada pelo líder do PPS na Câmara, deputado João Herrmann Neto.
O deputado petista comentou que a relação harmoniosa que mantém com Sarney facilitará a elaboração de uma agenda comum entre a Câmara e o Senado para a votação das reformas planejadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele procura a paz e nós também. Vamos fazer uma agenda para as votações e aprofundar as negociações para manter o PMDB na base de apoio do governo”, afirmou o deputado, que chegou a Curitiba com duas horas de atraso.
O encontro de ontem foi o décimo organizado por Cunha, que tem se reunido com as bancadas da maioria dos estados. Ele termina o roteiro no início da semana, com reuniões no Ceará e na Bahia.
Caíto elogia relacionamento
O secretário-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana (PMDB), disse ontem que, pela primeira vez em sua história política, o Paraná terá uma “excelente relação” com o governo federal. Responsável pelas articulações políticas do governo, Quintana disse que a passagem do governador Roberto Requião (PMDB) pelo Senado contribuiu para que o novo governo compreendesse melhor a importância do Congresso Nacional.
“Outros fatores que ajudarão muito o Paraná no relacionamento com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva são o entendimento, a amizade e o pensamento na mesma linha entre o governador e o presidente da República”, avaliou. Para o chefe da Casa Civil, o governo do Estado também está consciente da importância dos deputados federais nesse processo. Quintana acredita que haverá uma boa relação do governo com os trinta deputados federais do Paraná.
Ainda de acordo com o chefe da Casa Civil, a relação do governo com os deputados estaduais também será pacífica. “Vamos trabalhar em perfeita harmonia com todos os deputados. E já temos a maioria, mas enganam-se os que acham que por serem da base do governo poderão agir como era antes. O governo Roberto Requião fará uma mudança de comportamento político e administrativo no Paraná.”