Operação Superagui

Autorização concedida a empresa de amigo de Beto Richa para pátio de caminhões é suspensa

Beto Richa fala pela primeira vez após derrota nas eleições.
Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O juiz Rafael Kramer Braga, da Vara da Fazenda Pública de Paranaguá, mandou suspender as autorizações dadas entre 2013 e 2014 pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para que a empresa Green Logística Ltda pudesse construir um pátio de caminhões às margens da BR-277, em Paranaguá, com a supressão de mais de 12 hectares de vegetação da Mata Atlântica.

A liminar é do último dia 4 e foi concedida no âmbito de uma ação civil pública proposta em janeiro pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), no bojo da Operação Superagui, deflagrada em 2015.

Nesta ação civil pública, o MP pede a condenação por improbidade administrativa de cinco pessoas ligadas ao IAP, incluindo Luiz Tarcísio Mossato Pinto, que foi diretor-presidente do órgão durante quase toda a gestão Beto Richa (PSDB) e chegou a concorrer a uma cadeira de deputado estadual pelo PSDB no último pleito, em outubro do ano passado, não sendo eleito.

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MP diz que autorizações foram indevidas

O MP sustenta que Mossato Pinto e outros funcionários do IAP, em detrimento do patrimônio público ambiental, assinaram autorizações indevidas – Licença Prévia, Licença de Instalação e Autorização Florestal – a favor de Jorge Atherino, representante da Green Logística Ltda.

Atherino chegou a ser preso no âmbito da Operação Piloto, ligada à Operação Lava Jato, que o acusa de receber propina de executivos da empreiteira Odebrecht, em nome de Beto Richa. Ele nega. O Ministério Público Federal (MPF), à frente da Operação Piloto, suspeita que o ex-governador do Paraná seja um “sócio oculto” de Atherino. O tucano nega.

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Beto Richa é investigado

Beto Richa não é alvo desta ação civil pública, embora seja investigado pela Operação Superagui. Além disso, o MP antecipa ao juiz de Paranaguá que o licenciamento do pátio de caminhões “recebeu atenção incomum da cúpula do órgão, o que se deu em virtude de relação de Jorge Theodócio Atherino e o [então] governador do Estado, Beto Richa”.

Na ação civil pública, o MP também pedia liminarmente o imediato afastamento dos funcionários do IAP envolvidos no caso, mas o pedido foi negado pelo juiz de Paranaguá. De acordo com ele, o MP não deu “indicativos concretos de que a instrução possa vir a ser maculada ou de que o afastamento é imprescindível para evitar a reiteração das condutas”.

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Defesa de Beto e envolvidos

A reportagem ainda tenta contato com as defesas dos envolvidos. Ao portal G1, as defesas de Richa e Atherino informaram que só vão se manifestar no processo. O IAP informou ao portal que aguarda o retorno da Procuradoria-Geral do Estado, que representa o órgão judicialmente.

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