Assembléia Legislativa cria cinco CPIs

Depois de uma semana de discussão, foi formalizada ontem na Assembléia Legislativa a criação das cinco Comissões Parlamentares de Inquérito que vão investigar denúncias de irregularidades em operações do Banestado, Copel, ParanáCidade( agência que operava os programas da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano), nos contratos do pedágio e na realização dos Jogos Mundiais da Natureza. Uma ala dos aliados do governo, liderada pelos deputados Nereu Moura (PMDB) e Augustinho Zucchi (PDT) pressionou e conseguiu fazer prevalecer sua posição de funcionamento simultâneo das cinco CPIs – número máximo permitido pelo Regimento Interno da Assembléia. Com isso, derrotaram a proposta do líder do governo na Assembléia, deputado Angelo Vanhoni (PT), que defendia a abertura de três CPIs, adiando as outras duas para mais tarde.

A leitura dos requerimentos propondo as CPIs foi feita na sessão de ontem à tarde. O presidente da Assembléia, deputado Hermas Brandão (PSDB), estabeleceu prazo até o próximo dia 10 para que os partidos indiquem os seus representantes nas comissões que serão instaladas após os feriados de Carnaval. Vanhoni esteve com o governador Roberto Requião (PMDB) pela manhã e comunicou a decisão da base de sustentação do governo. O deputado disse que foi pedir “suporte técnico” ao governador para que as CPIs possam trabalhar. O argumento de Vanhoni é que a Assembléia não teria estrutura para comportar tantas investigações ao mesmo tempo.

Vanhoni disse que não se sentiu desautorizado na condição de líder por não ter conseguido reduzir o número de CPIs. Ele afirmou que, além de não impor sua posição à base, também acabou recuando quando leu algumas declarações do ex-líder do governo e atual porta-voz da oposição, deputado Durval Amaral (PFL), levantando suspeitas sobre a limitação do número de Comissões.

Amaral sugeriu que o governo estaria excluindo das investigações temas que poderiam incomodar o Palácio Iguaçu. E ainda que teria sido procurado por um deputado aliado para que apresentasse propostas de “CPIs laranjas” para que completasse a cota de cinco, substituindo aquelas que não seriam criadas pelo governo. “O Durval Amaral lançou uma suspeita sobre a Assembléia. Nós vamos mostrar que não havia nenhum obstáculo às CPIs no seu mérito. Essas CPIs são bandeiras nossas há muito tempo. A única coisa que eu acho é que a Assembléia deveria priorizar algumas CPIs para ter condições de fazer um trabalho mais produtivo”, disse.

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