Assembléia aprova requerimento sobre salários na Cohapar

Por 21 votos a 19, o plenário da Assembléia Legislativa aprovou ontem o requerimento do deputado Jocelito Canto (PTB) solicitando que o governo informe quanto ganham o presidente e diretores da Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná), os nomes dos ocupantes dos cargos e também o impacto financeiro de supostos reajustes concedidos aos salários.  

A liderança do governo orientou a base de apoio a rejeitar o pedido, mas não houve unidade. Um dos aliados, a bancada do PT, se posicionou a favor. O deputado petebista disse que recebeu denúncias de que os salários da Cohapar estão elevados e ultrapassam os ganhos do governador do Estado. Canto disse que recebeu informações denunciando que o presidente da Cohapar, Rafael Greca, recebe R$ 31 mil mensais e que criou a diretoria de Assuntos Comunitários para abrigar aliados do governo. A nova diretoria é ocupada por João Arruda Neto, secretário geral do diretório estadual do PMDB.

O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), justificou a posição contrária à aprovação do requerimento citando que já dispunha das informações e que não era necessário submeter o pedido ao plenário. Ex-presidente da Cohapar, Romanelli apresentou uma cópia do seu contra-cheque de janeiro de 2006, quando recebia um salário líquido de R$ 13,2 mil. O líder explicou que o salário do presidente é de R$ 21 mil, mas que sobre esse valor é aplicado um redutor salarial, limitando os ganhos à remuneração do vice-governador do Estado. Com a aplicação do redutor, em vigor desde 93, o salário ficou em R$ 17,9 mil brutos.

Canto reclamou que, no mandato anterior, o governo do Estado respondia a todos os pedidos de informações em cinco dias, sem necessidade de aprovação em plenário. Romanelli explicou que o decreto estabelecendo o prazo expirou em dezembro do ano passado, quando acabou o segundo mandato do governador e ainda não foi reeditado.

Além dos dados salariais, o requerimento pede ainda que o governo informe a situação financeira da empresa e se está sendo cumprida a lei estadual, de sua autoria, estabelecendo uma reserva de 20% das casas populares construídas pela Cohapar para as mulheres chefes de família.

?Névoa?

O diretor-presidente da Cohapar, Rafael Greca, afirmou ontem que não vê dificuldades em responder ao requerimento do deputado Jocelito Canto. ?É uma névoa do nada. Ele pergunta o que já é público?, afirmou Greca, lembrando que o que o deputado quer saber está em diversas fontes públicas, como o site da Cohapar e da Agência de Notícias do Estado, e nos balanços da companhia, que são publicados, conforme o estabelecido pela lei das S.A.

Greca definiu o requerimento como um ?factóide político?, baseado em dados salariais errados. ?Disseram que era de R$ 31 mil, mas é de R$ 13 mil. O Jocelito é um deputado muito atuante, mas no momento está muito sensibilizado pela ameaça de perda de mandato. Sou solidário a ele. Mas quem o orientou, fez mal?, afirmou o secretário, referindo-se à ação eleitoral que Canto responde na Justiça, em que é acusado de improbidade administrativa, quando prefeito de Ponta Grossa.

Greca lembrou que a Diretoria de Relações Institucionais e Assuntos com a Comunidade foi criada para se ocupar exclusivamente das regularizações fundiárias e que responde por ela o ex-superintendente de assuntos comunitários João Arruda Neto. Segundo Greca, antes havia somente o cargo de superintendente de assuntos comunitários, sem uma estrutura que possibilitasse a execução dos projetos. 

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