Após denúncia, oposição pede mais rigor com Funasa

Parlamentares de partidos de oposição defenderam ontem o aprofundamento das investigações da Operação Fumaça, da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP), sobre o desvio de verbas da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). De acordo com a apuração, a Funasa – órgão do Ministério da Saúde que financia projetos de saneamento básico e saúde indígena – teria se transformado num balcão de negócios. Entre os investigados estão Guaracy Aguiar, ex-coordenador da Funasa no Ceará e irmão do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ubiratan Aguiar, e o atual presidente do órgão, Danilo Forte. Ambos foram indicados para o cargo pelo PMDB.

“A Funasa hoje é uma instituição sob dúvida, sub judice. Ela merece uma investigação como um todo”, afirmou ontem o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). “Tudo que é denúncia de eventual corrupção e mal uso de recursos públicos tem que ser objeto de investigação”, disse o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). As conversas gravadas pela PF revelam condução política na liberação de convênios.

Historicamente dominada por indicações políticas, a Funasa é hoje um feudo do PMDB. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, já admitiu que a entidade é um “foco de corrupção”. “Não sei nada sobre essa investigação da PF. Mas o Danilo e Guaracy foram indicados pelo PMDB”, admitiu ontem o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).