Apoiar governo não é ser subserviente, diz PMDB

O deputado federal Gustavo Fruet e os vereadores curitibanos Paulo Salamuni e Márcia Schier foram os representantes do Paraná no lançamento da candidatura do presidente nacional do partido, deputado Michel Temer, à sucessão da prefeita Marta Suplicy (PT) em São Paulo. O evento aconteceu na nova sede do diretório regional paulista, batizada com o nome de Ulysses Guimarães.

Entre os presentes, o presidente do Senado, José Sarney, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, os governadores Luiz Henrique da Silveira ( Santa Catarina) e Joaquin Roriz (Distrito Federal) e o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, ex-governador Anthony Garotinho. Não faltaram discursos críticos ao governo do presidente Lula. A tônica dos pronunciamentos seguiu a fala do ex-governador Orestes Quércia: dar sustentação ao governo não significa ficar subserviente.

Fruet foi apresentado por Temer e Quércia como “futuro prefeito de Curitiba”. Para ele, o encontro do PMDB em São Paulo mostrou que o partido começa “a se desgrudar do PT, apoiando naquilo que for do interesse geral do País e criticando quando as medidas de afastarem desse objetivo”. O deputado entende que o momento torna cada vez mais incompreensível a insistência do PMDB de Curitiba contra a candidatura própria e em defesa de uma aliança em torno da candidatura do deputado Ângelo Vanhoni no primeiro turno: “É hora de se articular para reforçar o partido, e não para coloca-lo a reboque de outra sigla, sob pena de comprometer seu desempenho em 2006”.

Ainda segundo Gustavo, Temer confirmou que deve vir a Curitiba na terça-feira, para o encontro de governadores do PMDB. A presidente do PMDB Mulher, Luciana Barbalho, também virá. A governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, que está se submetendo a alguns exames de saúde, ainda não confirmou presença, mas, segundo seu marido, Anthony Garotinho, ela também deve vir a Curitiba participar dos debates sobre sugestões a serem apresentadas ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo ele, a aliança com o PT no âmbito federal é estratégica, mas não impede que o PMDB ocupe espaços nas cidades e estados: “Nosso acordo se refere à sustentação do governo, a uma aliança estratégica. Mas aqui em São Paulo, como em muitos outros estados, o PMDB tem seu espaço e não pode deixar de ocupá-lo.

O PT negou ao PMDB a vaga de vice na chapa da prefeita Marta Suplicy, que concorre à reeleição. Para o lugar foi escolhido o atual secretário de governo da Prefeitura, Rui Falcão. O ex-governador Orestes Quércia ironizou ao responder sobre o acordo com o PT na capital paulista: “As portas não foram fechadas. Ainda temos a vaga de vice-prefeito”.