Ameaça de Requião é criticada na Assembléia

Os deputados estaduais debateram ontem a postura do governador Roberto Requião (PMDB), que entrou em confronto com professores e estudantes das universidades estaduais durante um protesto anteontem em Londrina, onde ameaçou interromper as negociações sobre recomposição salarial e reestruturação universitária se a manifestação não fosse interrrompida.

Os deputados defenderam ontem o diálogo entre o governo e os professores das universidades estaduais, que estão com as atividades paralisadas há três dias. Requião referiu-se aos manifestantes como "moleques" e disse que faltava "inteligência" e "educação" aos participantes do protesto, que consistiu de um "apitaço" durante uma solenidade do governo no Parque Governador Ney Braga. O líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), disse que o governador quer resolver o problema da defasagem salarial nas universidades impondo medo aos professores e servidores.

Integrante da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, o deputado Tadeu Veneri (PT), disse que irá propor uma reunião com os representantes dos professores na Assembléia Legislativa. "O governador tem que saber lidar com tranqüilidade com a situação", disse Veneri. Já o deputado André Vargas (PT) esteve ontem com o governador na Granja do Cangüiri e pediu a ele que mantenha o canal de negociação com os servidores. Mas criticou o protesto dos professores. Segundo Vargas, professores e governo já estavam próximos a um entendimento quando houve a manifestação. "O governador não pode sair destratando servidores, mas também não tem cabimento fazer uma greve a quinze dias do fim do ano letivo", comentou Vargas.

Jogo de cintura

Para o líder do governo, Dobrandino da Silva (PMDB), a reação do governador aos manifestantes, que realizaram um "apitaço", não foi das mais elegantes. Mas, ressalvou, sua atuação em relação à educação tem sido elogiosa. "Ele é meio grosso no sentido de bater na mesa. Mas pelo que ele está fazendo pela educação no Paraná não é justo fazerem aquilo em Londrina", afirmou.

De acordo com o líder do governo, Requião disse aos deputados que irá procurar o Ministério Público Estadual para achar uma fórmula de conter os salários mais altos das universidades e assim reajustar os vencimentos menores. ?Se ele aplicar vinte por cento num salário pequeno, não dá quase nada. Mas se ele der vinte por cento para quem já ganha um salário alto, será uma despesa e tanto. Então, o governador quer discutir com o Ministério Público os grandes salários", afirmou Dobrandino.

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