Alto escalão do governo pode ter contato com as Farc

Pelo menos nove funcionários do governo brasileiro teriam contato com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), de acordo com informações apreendidas no computador de Raúl Reyes. Segundo um artigo publicado nesta quinta-feira pela revista colombiana Cambio, o chanceler Celso Amorim e o ex-ministro José Dirceu estariam envolvidos.

Além dos dois, são citados também Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, a deputada Érika Kokay, Gilberto Carvalho, chefe de gabinete, Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência, e outros três funcionários.

Segundo a revista, as autoridades brasileiras são mencionadas em 85 e-mails trocados entre líderes das Farc e Oliverio Medina, representante da guerrilha no Brasil.

O chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, manifestou nesta quinta-feira (31) a preocupação do governo de seu país com o vazamento de tais informações.

“O governo da Colômbia entregou ao do Brasil há mais de um mês toda essa informação e nós temos claro que cada governo saberá como dar curso a essa informação”, disse Bermúdez.

O chanceler declarou que as informações deverão ser usadas pelo governo brasileiro para “estabelecer as investigações necessárias, se é que elas existem, ou estabelecer as responsabilidades políticas e jurídicas que eventualmente possam surgir daí”.

“O governo colombiano usou de forma seletiva os arquivos do computador de Raúl Reyes. Já em relação ao Equador e à Venezuela, essas informações foram usadas para acusar (Hugo) Chávez e (Rafael) Correa (presidentes da Venezuela e Equador, respectivamente), hostis a Uribe. Com o Brasil, elas foram manipuladas por baixo da mesa”, opinou a revista.

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