‘Aloprado’ do PT e mais 46 são indiciados pela PF

A Polícia Federal em Mato Grosso (PF-MT) indiciou 46 pessoas, entre elas o “aloprado” Valdebran Padilha e seu irmão Waldemar Padilha, por envolvimento num suposto esquema de desvio de verbas da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e dos ministérios da Saúde e das Cidades. O esquema teria, segundo a PF, provocado um rombo que pode chegar a R$ 200 milhões.

Os irmãos, que são empreiteiros, foram apontados no inquérito policial como “beneficiários de contratos e licitações fraudadas” com a Funasa e diversas prefeituras mato-grossenses. Além das fraudes, constam, no inquérito policial, que muitas obras pagas embora não foram executadas.

O empreiteiro e aloprado Valdebran Padilha ficou conhecido durante as eleições de 2006, quando tentou vender um suposto dossiê antitucano contra o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra, e ex-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin. Na época, os petistas envolvidos no caso foram chamados pelo presidente Lula de “aloprados”.

Além de Valdebran e do seu irmão (ambos continuam presos) também foram indiciados o tesoureiro do PMDB, Carlos Miranda, o secretário-geral, Rafael Bastos e o assessor parlamentar e sobrinho de Carlos Bezerra, Luiz Gomes Bezerra. Todos os indiciados foram presos pela PF durante a operação Hygéia, que desmontou um esquema de fraudes e desvio de recursos federais envolvendo empresários, agentes de viagens, lobistas, ex-prefeitos, ex-secretários e secretários municipais, servidores da Funasa e integrantes das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) Institutio Creatio e Idheas.

Dentre as irregularidades constatadas por auditorias internas da Controladoria Geral da União (CGU) e através de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça Federal, constam licitações viciadas, superfaturamento de obras e cobranças por serviços não executados.

A Polícia Federal ainda procura quatro envolvidos que estão com prisão decretada: os empresários Celino Carvalho Mesquita; Luciano Carvalho Mesquita e Ronildo Nascimento e a empresária Maria Guimarães Rosa.