Administração

Aliados esperam mudança no governo

Os aliados do governador Roberto Requião (PMDB) na Assembléia Legislativa estão apostando em uma mudança de ritmo de sua administração na segunda metade do terceiro mandato, a partir de 2009.

A expectativa é que o novo fôlego do governo, que passou boa parte deste ano administrando conflitos internos, venha da execução de um extenso cronograma de obras e do lançamento de novos programas e medidas.

A licitação de 2.000 ônibus, que começou ontem, 11, e que serão usados no transporte escolar na zona rural dos municípios, animou os deputados que compõem a base de sustentação do governo.

Na previsão de pauta das próximas sessões publicadas anteontem, na ordem do dia da Assembléia Legislativa, estão dezoito pedidos de deputados para a doação de ônibus para municípios de suas bases eleitorais. Somente o deputado Teruo Kato (PMDB) apresentou indicação legislativa requerendo a doação de doze ônibus.

O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), disse que a distribuição dos ônibus irá seguir um critério técnico para atender ao maior número possível de estudantes.

“Podemos e devemos prestigiar os nossos deputados, com certeza, mas os critérios do destino dos ônibus são puramente técnicos. Nós não vamos atender com estes ônibus as cidades ricas. A prioridade é aquelas cidades com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”, disse.

A próxima fase do governo é de execução, disse Romanelli. “Nessa segunda metade, nós vamos ter condições de implementar políticas públicas importantes. Nós só temos que executar as obras. Não temos que inventar moda. Vai faltar empreiteira para fazer tudo o que vínhamos planejando”, comentou o líder do governo.

Cenários

No incremento das ações administrativas está a expectativa da base de que o governo aumente seu cacife eleitoral para 2010. Seria a reação ao movimento da oposição que se proclama fortalecida com os resultados das eleições municipais deste ano. “Tem muita gente que faz antecipação de cenários. Só que em política, um ano e meio é muito tempo”, disse Romanelli.

Na outra ponta, alguns torcem para que Requião faça uma reestruturação da equipe, trocando técnicos por auxiliares de perfil mais político. Mas este é um assunto que somente alguns poucos se permitem abordar com o governador. Mesmo assim não se permitem revelar como o governador reage às sugestões.

“O governo precisa de pessoas capazes, interessadas e apaixonadas. O governo indo bem pode alavancar qualquer candidato que represente o nosso grupo político”, afirmou Romanelli, que defende a candidatura do vice-governador Orlando Pessuti para a sucessão estadual.