Aliados chegam a acordo e vão propor cinco CPIs

A bancada de sustentação ao governo irá propor a criação de cinco comissões parlamentares de inquérito na Assembléia Legislativa, o número máximo que pode funcionar simultaneamente de acordo com o Regimento Interno.

As duas correntes de aliados chegaram a um consenso em reunião ontem à tarde e decidiram abrir investigações sobre Pedágio, Copel, Jogos da Natureza, Banestado e ParanáCidade. Os peemedebistas defendiam prioridade para os três primeiros temas, mas concordaram em ampliar as CPIs para apurar o processo de privatização do Banestado, operações suspeitas que tenham sido realizadas pelo banco, incluindo as denúncias de lavagem de dinheiro na agência de Nova York. A novidade foi a criação da CPI da ParanáCidade, agência que administrava os programas da Secretaria de Desenvolvimento Urbano no governo Jaime Lerner (PFL). Os requerimentos propondo a instalação das CPIs serão apresentados hoje em plenário.

A CPI sobre a Copel mudou de eixo. Não vai mais se restringir à compra de 45% das ações da Sercomtel pela Copel, em maio de 98, em operação que envolveu R$186 milhões. O requerimento de instalação da CPI será mais abrangente e comportará investigações sobre as recentes denúncias de desvio de recursos na empresa, incluindo as acusações de que a estatal, sob a administração do seu ex-presidente Ingo Hübert (que acumulava o cargo de secretário da Fazenda), comprava irregularmente créditos tributários de algumas empresas. Outro ponto de investigação envolvendo a Copel diz respeito às parcerias privadas da estatal, que seriam em torno de vinte. Os contratos de compra e venda de energia pela empresa também estarão entre os alvos de investigação. “Vamos fazer um diagnóstico completo da empresa nestes últimos anos”, disse o líder do governo, Angelo Vanhoni (PT).

Setores do PMDB eram favoráveis a que as CPIs se concentrassem em denúncias que não estivessem sendo investigadas pelo Ministério Público. “CPI não é só um instrumento de holofote. Alguns assuntos, como o do Banestado, já têm investigação judicial. É necessário organizar porque senão vamos fazer um furo na água”, ponderou o deputado Nereu Moura (PMDB), que antes da reunião de líderes já havia coletado vinte e duas assinaturas, quatro a mais do que o necessário, para a criação da CPI do Pedágio e Copel/Sercomtel.

Vanhoni disse que, inicialmente, propunha um menor número de CPIs devido à falta de estrutura técnica da Assembléia para dar suporte aos trabalhos. Como os demais aliados insistiram na criação das cinco CPIs, a Assembléia vai pedir socorro ao governo para que ofereça assessoria técnica para os trabalhos.

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