O biólogo João Paulo Capobianco, que trabalhou com Marina Silva no ministério do Meio Ambiente durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, avalia que o Brasil teve um retrocesso na agenda do desenvolvimento sustentável.

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Em um debate promovido pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), em São Paulo, Capobianco disse que um projeto havia sido desenvolvido, mas que bastou uma “pequena mudança de governo de conjuntura” – em referência indireta à gestão Dilma Rousseff, do mesmo partido de Lula – para que as estratégias traçadas fossem deixadas de lado.

“O que restou na Amazônia é uma ação ‘mais ou menos’ de controle. Voltamos para uma situação de montanha russa, em que cresce desmatamento, cai desmatamento. A gente não consegue ter aquela linha que teve de 2004 a 2012”, disse Capobianco.

O biólogo disse, sem citar diretamente a gestão de Marina no ministério, que no passado foi elaborado um plano consistente, com conquistas legais e institucionais para assegurar 20 milhões de hectares de conservação.

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Segundo ele, esse plano previa também unidades de conservação efetiva, com potencial de transformar as áreas ao mesmo tempo em unidades de conservação e ativos econômicos, com geração de emprego e renda, mas que o plano perdeu a prioridade.

Para o biólogo, o Brasil precisa recuperar a correlação de forças internacionais no setor ambiental, que exige altos investimentos. “O desafio que temos é incorporar definitivamente, nas ações de governo, o uso sustentável dos recursos naturais”, concluiu. A fala de Capobianco foi acompanhada da plateia por Marina, que participa do evento e vai participar da próxima mesa de debate.

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