O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu nesta quinta nomear o segundo colocado na lista tríplice do Ministério Público para ocupar o cargo de procurador-geral do Estado. Márcio Elias Rosa – candidato da situação – recebeu 838 votos 1.730 na eleição entre procuradores e promotores, 56 a menos que o primeiro colocado, Felipe Locke Cavalcanti, da oposição.

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Embora o governador tenha a prerrogativa de nomear para a chefia do Ministério Público Estadual qualquer um dos três nomes da lista, é tradição que o mais votado seja escolhido. A última vez em que o segundo colocado foi apontado para a procuradoria-geral foi em 1996, quando Mário Covas ocupava o Palácio dos Bandeirantes.

Logo depois da eleição interna, realizada no último dia 25, Felipe Locke provocou polêmica ao insinuar que poderia estender aos membros do Ministério Público Estadual o auxílio-alimentação, uma prerrogativa apenas de juízes.

Foi a primeira vez que um candidato da oposição venceu a disputa interna do Ministério Público paulista.

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Diante da possibilidade de que Alckmin apontasse Rosa, duas entidades de classe pediram formalmente ao governador que escolhesse Locke. Alckmin, no entanto, optou por Rosa, o candidato preferido do atual procurador-geral, Fernando Grella Vieira.

Bastidores

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O jornal O Estado de S. Paulo apurou que os secretários Ferreira Pinto (Segurança Pública) e Saulo de Abreu (Transportes) foram os maiores defensores da indicação de Márcio Rosa. Teria pesado na decisão do governador o fato de Rosa ser uma garantia de continuidade da gestão Grella, que é visto dentro do governo como um conciliador dos grupos antagônicos dentro do MP.

Alckmin levou 11 dias, desde que recebeu a lista tríplice, para escolher o novo mandatário do MP paulista. O prazo máximo era de 15 dias.

O novo procurador-geral será o responsável pelo maior Ministério Público do País. Rosa comandará um orçamento de R$ 1,5 bilhão.

Em entrevista, antes da eleição, Rosa disse que sua primeira medida, caso fosse escolhido para o cargo, seria “a criação de três setores indispensáveis: central de criminologia e de inteligência criminal, núcleo de formulação de políticas públicas e núcleo de comunicação social”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.