O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse neste sábado (6) que Mário Bandeira, o presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) indiciado pela Polícia Federal por suspeita de fraude no cartel metroferroviário no Estado, é “uma pessoa extremamente respeitada” e que é preciso “cuidado para não se fazer injustiça com as pessoas”.

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Bandeira é um dos 33 indiciados pela PF no inquérito que investigou o cartel entre 1998 e 2008, nos governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin – todos do PSDB. Na sexta-feira (5), o promotor Marcelo Milani, do Ministério Público Estadual, havia defendido o afastamento do dirigente.

“Eu não acho, eu tenho certeza (de que Bandeira deveria ser afastado)”, disse Milani, que subscreveu a ação ao lado de outros três promotores. “Mas eu não sou o governador do Estado. Eu sou promotor”, completou. A ação por eles anunciada, baseada em três inquéritos, pede a dissolução de 11 empresas sob suspeita de cartel e o ressarcimento de R$ 418,3 milhões aos cofres públicos.

O tom do governador, ao defender o subordinado, foi firme, mas cauteloso. “Precisamos analisar com cuidado. O doutor Bandeira é metroviário desde 1973, tem 41 anos de serviço público, é pessoa extremamente respeitada. Já pedimos toda a documentação do MP, vamos verificar com cuidado para não fazer injustiça”, disse ele, após visita ao Horto Florestal, na zona norte da capital.

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Entre os 33 indiciados pela PF está também o diretor de operações da CPTM, José Luís Lavorente – os dois são os únicos da lista ainda em seus cargos. Os outros 31 incluem doleiros, ex-funcionários do governo, empresários e executivos das multinacionais que teriam participado do conluio para obter contratos no Metrô e na CPTM. As 11 empresas cuja dissolução é pedida pela ação civil do MP são a Siemens, Alstom, Bombardier, Mitsui, CAF espanhola, CAF brasileira, TTrans, MGE, Temoinsa, Tejofran e MPE. Todas elas negam as irregularidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.