AL vota hoje proibição a transgênicos

Em meio a muita controvérsia, a Assembléia Legislativa vota hoje, em segunda discussão, o projeto da bancada do PT, que proíbe o plantio, transporte e distribuição de produtos transgênicos no Paraná. O governo trabalha para aprovar um substitutivo que delimita a proibição até 2006 e que possibilita o transporte dos produtos pelo estado, mas sem permitir a importação e exportação pelo Porto de Paranaguá.

O líder do governo, deputado estadual Angelo Vanhoni (PT), assegurava ontem que dispunha de maioria para aprovar a proposta. Mas ontem à tarde, o governador Roberto Requião (PMDB) ainda tentava conquistar apoios ao projeto com uma palestra de diretores da Nortox, Humberto Amaral e Osmar Amaral, sobre os produtos geneticamente modificados dirigida a todos os deputados, aliados e de oposição. A empresa atua na área de tecnologia agrária, mas alguns deputados viram com desconfiança a iniciativa do governo, diante da informação de que a Nortox produz herbicidas utilizados na cultura da soja convencional.

O deputado Augustinho Zucchi (PDT), autor de uma emenda criando um sistema de certificação e rastreamento de produtos transgênicos e não-transgênicos, disse que a Assembléia Legislativa e o governo deveriam ficar distante do que chamou de “guerra comercial” entre as empresas que trabalham com os transgênicos e aquelas que têm interesse nos produtos convencionais. Para o deputado, a probição dos transgênicos no Estado somente terá um efeito prático se o governo federal atender ao pedido do governo estadual e declarar o Paraná uma área livre de transgênicos.

Todas as emendas apresentadas ao projeto original serão votadas hoje pela Comissão de Constituição e Justiça. Na reunião da CCJ, na semana passada, os deputados Mário Bradock (PMDB) e Durval Amaral (PFL) pediram vistas às emendas. A reunião da CCJ será realizada no período da manhã e a sessão de votação do projeto está marcada para a tarde.

O projeto original foi aprovado em primeira discussão há cerca de um mês. A proposta enfrenta a resistência de um grupo de deputados, para os quais a proibição representa um prejuizo financeiro para os produtores da soja.

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