Destaque das propostas para segurança pública defendidas pela campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, o projeto que reduz a maioridade penal, em determinadas circunstâncias, de 18 anos para 16 anos não contou com o esforço do senador tucano quando foi votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

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Em 19 de fevereiro deste ano, a proposta de seu atual vice de chapa, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), foi rejeitada pela comissão por 11 votos a oito. Na ocasião, Aécio deixou a CCJ antes da votação e, durante o acalorado debate, não se manifestou sobre a proposta.

Em nota, a campanha de Aécio admitiu que o senador esteve na sessão, mas teve de se ausentar na hora da votação “em razão de compromissos também referentes a sua atuação como parlamentar”. De acordo com a assessoria do candidato, Aécio não votou, embora tenha orientado os suplentes do PSDB na CCJ a votarem a favor do projeto.

A derrota da proposta foi capitaneada pelo PT, que na ocasião contou com o apoio de manifestantes que acompanhavam a sessão. Aloysio foi chamado de “fascista” por um manifestante, que acabou sendo retirado da sala pela segurança da Casa. Aécio se manteve calado.

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“É uma medida absolutamente cautelosa que se justifica diante da gravidade que os crimes bárbaros cometidos por menores de 18 anos e maiores de 16 precisam ser enfrentados”, defendeu Aloysio na ocasião.

O senador disse que apresentaria um recurso para que a proposta, mesmo rejeitada, fosse votada pelo plenário da Casa. O assunto não voltou a ser discutido no Senado, embora a oposição tenha apresentado um recurso para discutir a proposta no plenário.

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O texto do tucano prevê a redução da maioridade penal para 16 anos nos casos em que o menor de idade tiver cometido crimes hediondos, tráfico de drogas com uso de violência ou reincidência em crimes violentos.

Pela proposta, o promotor de Justiça da Vara da Infância e da Juventude é quem provocaria o juiz da causa pedindo que o jovem pudesse ser punido da mesma maneira que um adulto.

O menor poderia passar por uma avaliação psicológica, socioeconômica e familiar a fim de verificar a necessidade de colocar o menor numa unidade prisional para maiores de idade.

Na campanha presidencial, a petista Dilma Rousseff e a candidata do PSB, Marina Silva, se manifestaram contra a proposta, apesar de parte do eleitorado indicar apoio ao tema. Na ocasião da votação na CCJ, o Palácio do Planalto avisou que era contra qualquer mudança na maioridade penal.

Assim como o investimento no controle das fronteiras, a redução da maioridade é um dos pontos comumente abordados por Aécio quando o assunto é segurança pública.

O programa tucano que foi ao ar no dia 16 de setembro, por exemplo, foi dedicado à área de segurança e na defesa do projeto de Aloysio. “Vamos reforçar o Código Penal”, pregou Aécio.