Aécio cobra ‘ação consistente’ de Lula em Minas

Ao afirmar que o governo federal “está devendo uma ação mais consistente” no Estado, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), acusou hoje a Casa Civil de “descaso” em relação à proposta de uma Parceria Público-Privada (PPP) para a ampliação do metrô de Belo Horizonte. No início de setembro de 2008, o governo estadual, representado pelo então secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Marcio Lacerda (PSB) – atual prefeito da capital mineira -, apresentou a proposta à ministra Dilma Rousseff. O objetivo é ampliar a capacidade de transporte do metrô de 150 mil para 800 mil passageiros/dia, com investimentos estimados em cerca de R$ 3 bilhões.

“Apresentamos alternativas para que o governo federal pudesse ter a parceria tanto do Estado quanto do município, quanto do setor privado, através de uma Parceria Público Privada, que parece que isso não entusiasmou o governo federal, a própria Casa Civil”, reclamou o governador. “Mas essa falta de entusiasmo não pode vir acompanhada do descaso a essa questão e da ausência de resposta”, alfinetou.

Aécio é pré-candidato tucano à Presidência em 2010 e Dilma é apontada como virtual candidata do PT na disputa. O governador elegeu o metrô da capital como o maior débito do governo federal com Minas Gerais. “Das grandes capitais, foi o primeiro a se iniciar e é o que menos recursos vem recebendo”, reclamou.

De acordo com ele, caso a proposta não tenha sido aprovada, o governo federal deve assumir a responsabilidade pelos investimentos no transporte de massa.

Cobranças – Aécio também cobrou da Infraero o início do projeto de ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Aproveitou para reclamar da falta de investimento federais em rodovias que cortam Minas e da “omissão” do governo no ressarcimento aos Estados pelas perdas com a desoneração das exportações, como determina a Lei Kandir.

O mineiro, porém, disse que não acredita em retaliação pelo fato de ser de um partido de oposição, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “não tem esse viés”. “Acho que, mais uma vez, é a gestão do Estado que é morosa, é complexa e os resultados demoram a vir”, afirmou.