No Líbano

Advogado se apresenta para defender primo de Beto Richa

Primo de Beto Richa, Luiz Abi Antoun, está foragido no Líbano e advogado se apresentou como seu defensor no processo. Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Primo de Beto Richa, Luiz Abi Antoun, está foragido no Líbano e advogado se apresentou como seu defensor no processo. Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Dias após o juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro decidir por solicitar ajuda às autoridades do Líbano para encontrar e citar o empresário Luiz Abi Antoun, o advogado Anderson Mariano se apresentou no processo como representante do primo do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). A ação penal, na qual Abi responde pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva, é derivada da Operação Integração, e tramita na 23ª Vara Criminal de Curitiba, da Justiça Federal.

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Abi se tornou réu em março, mas a Justiça Federal fracassou em comunicá-lo sobre a decisão, quando procurado na sua residência, no Centro de Londrina. O empresário viajou para o Líbano em setembro do ano passado. De acordo com o seu advogado, ele está na cidade de Biblos, para um tratamento de saúde, e não tem previsão de retorno.

No último dia 21, o juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro acolheu sugestão do Ministério Público Federal (MPF) e concordou em pedir auxílio das autoridades libanesas para notificar Abi. Antes disso, contudo, o advogado protocolou a procuração assinada por Abi.

Ao apresentar a procuração, na última sexta-feira (31), o advogado informa que seu cliente se considera citado e que apresentará defesa dentro do prazo – dez dias após a notificação. Até o início da tarde desta segunda-feira (3), o juiz federal Paulo Sério Ribeiro ainda não tinha se manifestado sobre o caso.

Acusação

De acordo com a denúncia feita pelo MPF no âmbito da Operação Integração, Abi era o “operador financeiro” de Beto Richa, “atuando como caixa geral de propinas do ex-governador do Paraná, recebendo em dinheiro vivo as vantagens indevidas intermediadas por outros integrantes da organização criminosa”.

O MPF aponta que, entre 2011 e 2018, Abi “solicitou, aceitou e recebeu o pagamento de vantagem indevida de aproximadamente pelo menos R$ 2,7 milhões das concessionárias de pedágio do Estado do Paraná para determinar o ex-governador do Estado do Paraná e outros agentes públicos a ele subordinados, a praticar atos de ofício ilegais que atendessem os interesses dessas empresas”.

Defesa

O advogado de Abi, Anderson Mariano, alegou que “as acusações são todas inverídicas e ele comprovará sua inocência”. A defesa de Beto Richa, representada pelo advogado Walter Bittar, também enviou uma nota na época da denúncia: “Esta acusação é tão equivocada quanto o próprio processo contra o ex-governador do Paraná e tem por objetivo buscar, a todo custo, criar um álibi para uma denúncia sem fundamento. Luiz Abi nunca foi operador financeiro e uma afirmação destas deve ser totalmente repudiada porque não é verdadeira. O Poder Judiciário, certamente, sabe filtrar os exageros do Ministério Público e a defesa tem plena confiança nos juízes brasileiros”.

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