Pólipo nasal foi diagnosticado há dois anos

O pólipo que obstruía a respiração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha três centímetros de diâmetro, bloqueava completamente a fossa nasal esquerda e já obstruía parte da nasal direita. Diagnosticado há cerca de dois anos, o pólipo já existia há mais tempo. "É um quadro antigo, que foi se agravando aos poucos", informou o médico Clemente Ribeiro de Almeida, responsável pela cirurgia de retirada do pólipo, ontem à noite, no Instituto do Coração de São Paulo. O médico particular do presidente, Roberto Kalil, acompanhou a cirurgia, que durou cerca de uma hora.

Segundo Kalil, a cirurgia "foi uma decisão do próprio presidente", que lhe telefonou há cerca de um mês, porque o problema "estava incomodando muito". Lula chegou ao local tranqüilo e se mostrou apenas ansioso para realizar logo a intervenção. Ele queria saber também quando ia embora para casa. Antes da intervenção, Lula fez jejum de oito horas.

De acordo com nota entregue aos jornalistas, "a técnica empregada na cirurgia, a fibroscopia, utiliza como equipamento um conjunto constituído de vídeo, cabo de fibra ótica com câmera digital na extremidade externa, pinça cirúrgica e cânula de aspiração de resíduos. O procedimento não necessita de cortes para introdução dos aparelhos, que ocorre pelas fossas nasais". O tempo para recuperação é, em média, de sete dias, explicou o otorrinolaringologista Clemente Ribeiro.

Quanto à patologia, o médico esclareceu que era um pólipo nasal e que este é como um inchaço semelhante ao que acomete um dedo, ao levar uma pancada. "Há um extravazamento de água. O tecido fica inchado, provoca um acúmulo de secreção no lugar e vem uma infecção".

O cirurgião explicou que todo o pólipo foi retirado, inclusive a base. O local foi cauterizado por rádiofreqüência. Durante alguns meses, o presidente utilizará remédios em gotas, corticóides e antibióticos, para impedir uma volta do quadro, já que as vias respiratórias, assim como outros orifícios de contato com o ambiente, são sujeitos a contaminação. Também fará lavagens, "três vezes por semana", para ajudar a eliminar a sinusite provocada pelo pólipo.

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