Robson Meireles / Gazeta do Iguaçu

Na manhã de hoje, foram controladas
as manifestações ocorridas em Foz
do Iguaçu e em Umuarama.

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A polícia paranaense pôs fim às manifestações de presos registradas em seis cadeias públicas no interior do Estado, quatro delas ainda no domingo. Nesta segunda-feira (15) de manhã, foram controladas as ocorridas em Foz do Iguaçu e em Umuarama. Durante a reunião semanal da operação Mãos Limpas, o governador Roberto Requião afirmou que os protestos não estão ligados às movimentações do Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo. No Paraná, eles se limitaram às cadeias públicas, destinadas a presos provisórios.

?Não tivemos nenhum registro de manifestação no Sistema Penitenciário. O que tivemos foram protestos em algumas cadeias públicas, que foram motivados por problemas de superlotação. Isto será solucionado nos próximos meses com a construção de dez penitenciárias em várias regiões do estado?, afirmou o governador.

O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, avaliou que as manifestações no Paraná foram ?oportunistas?, já que aproveitaram a onda de rebeliões em São Paulo. ?Aqui, tivemos diversas reivindicações para melhorar a condição de superlotação das cadeias. Em Toledo, Cascavel, Assis Chateaubriand, Umuarama e Campo Mourão tivemos manifestações que foram rapidamente controladas?, disse o secretário.

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Controle

O motim dos presos da cadeia pública Laudemir Neves, da 6ª Subdivisão Policial, em Foz, iniciado no domingo pela manhã, foi controlado nesta segunda-feira (15), por vota das 9h30. No final da manhã, a polícia também acabou com a movimentação promovida na cadeia da delegacia de Campo Mourão e assim extinguiu os focos de revolta que apareceram isoladamente em algumas cadeias públicas do Estado.

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Na cadeia da 16.ª Subdivisão Policial, em Campo Mourão, a manifestação foi controlada por volta das 11h. Dezessete presos se rebelaram logo após assistir às movimentações de presos em todo o país, através do programa Fantástico, da Rede Globo. Os presos fizeram reféns sete detentos e um policial. Todos foram soltos e a situação está controlada.

?O programa foi o estopim de tudo. Logo depois de assistirem ao Fantástico, eles começaram a manifestação, mas não tinham reivindicação alguma. Há cerca de duas semanas, eles disseram o que queriam de melhoria nas instalações, revisões de pena e nós atendemos a todos os pedidos?, disse o delegado Haroldo Luiz Vergueiro Davison, chefe da 16ª Subdivisão Policial.

Domingo, ocorreram manifestações na cadeia da 15.ª Subdivisão de Cascavel, no cadeião da 20.ª Subdivisão policial de Toledo, na carceragem da delegacia de Assis Chateaubriand, no setor de carceragem provisória da 7ª Subdivisão de Umuarama, mas foram rapidamente controladas.

Manifestações

Em Foz do Iguaçu, onde as manifestações foram mais longas, foram mantidos quatro reféns: um funcionário, que foi libertado ileso e três presos, que foram soltos e apresentam ferimentos superficiais. Um dos detentos rebelados pulou do telhado do cadeião. Ele teve uma perna fraturada, já foi atendido e está na carceragem da delegacia central.

Durante as manifestações em Foz, os presos jogaram colchões incendiados perto dos carros. Uma viatura da Polícia Civil foi atingida e pegou fogo. Outra viatura da Polícia Civil foi parcialmente destruída por pedradas. Além disso, um veículo particular de um policial militar também foi incendiado.

Nas negociações, os presos reclamavam da morosidade da Justiça e o juiz da Vara de Execuções Penais (Vep), Lourenço Chemim, garantiu dar mais rapidez ao andamento dos processos. Segundo os presos, muitos já foram condenados e deveriam estar no Sistema Penitenciário e outros já cumpriram a pena e ainda estão na prisão provisória.