Polícia interroga presidente de Israel sobre assédio

A polícia interrogou nesta quarta-feira (23) o presidente de Israel, Moshe Katsav, no âmbito de uma investigação iniciada depois de o chefe de Estado ter sido acusado de assédio sexual. O interrogatório de hoje ocorreu na casa do mandatário e estendeu-se por cerca de cinco horas. O depoimento de Katsav à polícia israelense ocorre dois dias depois de agentes terem apreendido computadores e documentos na residência oficial do presidente em Jerusalém.

As investigações concentram-se nas queixas de duas antigas empregadas que disseram ter sido assediadas por Katsav. Uma das mulheres chegou a acusar o presidente de receber dinheiro para conceder perdões. A concessão de perdões é uma das poucas atribuições do presidente de Israel, que no país exerce cargo amplamente cerimonial. Katsav nega qualquer tipo de conduta irregular.

"O presidente nunca cometeu nenhum crime nem envolveu-se em condutas irregulares", assegurou Tzion Amir, advogado de Katsav. "Ele nunca assediou sexualmente nenhum homem ou mulher. Isso é apenas uma versão", prosseguiu. Amir disse que Katsav está cooperando com os investigadores e está pronto para responder a quaisquer questões sempre que as autoridades julgarem necessário.

Policiais disseram que o interrogatório provavelmente será retomado amanhã. De acordo com investigadores, o presidente será submetido a mais duas rodadas de questionamentos. Fontes policiais disseram que ainda é cedo demais para dizer se há evidências suficientes para o indiciamento de Katsav.

O interrogatório de Katsav é o mais recente desdobramento em meio a uma série de investigações abertas contra autoridades do alto escalão do governo israelense nas últimas semanas, entre elas o primeiro-ministro Ehud Olmert e o ex-ministro da Justiça Haim Ramon, que hoje foi indiciado por comportamento sexual inadequado.

Ramon viu-se forçado a renunciar a seu cargo na semana passada por causa das acusações apresentadas por uma soldado de 18 anos. Segundo a acusação, ele teria beijado a jovem à força durante uma festa no Ministério da Defesa. Caso seja considerado culpado a pena para o delito em Israel é de três anos de reclusão.

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