Polícia Federal toma depoimentos de Duda Mendonça e Zilmar

Brasília (AE) – A Polícia Federal toma amanhã (14), novamente, o depoimento do marqueteiro do Palácio do Planalto, Duda Mendonça e de sua sócia, Zilmar Fernandes da Silveira, investigados por remessa ilegal de divisas para o exterior, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Eles terão que explicar todas as fontes e os valores que abasteceram a conta da empresa off-shore Dusseldorf, aberta por Duda no paraíso fiscais das Bahamas. Será perguntado também aos dois por que meios o dinheiro foi enviado.

No primeiro depoimento, há três semanas, Duda disse que recebeu R$ 10,5 milhões nessa conta referentes a parte da dívida do PT com a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. A abertura da off-shore, conforme informou, seria uma exigência do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares e do empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do caixa 2 do partido.

Valério, por sua vez, disse ter pago a Duda um valor maior, R$ 15,5 milhões, mas negou que tenha mandado o publicitário abrir conta no exterior e alegou que jamais fez remessas de valores para a Dusseldorf. A PF quer saber quem está mentindo.

Hoje foram tomados os depoimentos dos deputados federais José Janene, líder do PP na Câmara e Josias Gomes (PT-BA), que efetuaram saques nas contas de Valério. Janene, que aparece na lista de sacadores com um montante de R$ 4,1 milhões, só assumiu ter mandado sacar perto de R$ 1 milhões.

O líder do PP disse que o dinheiro era fruto de um acordo partidário com o PT, para reforçar a base aliada do governo. Informou também que usou tudo para pagar os honorários do advogado Paulo Goyaz, pela defesa de correligionário, o ex-deputado Ronivon Santiago (AC), cassado há três anos por quebra de decoro parlamentar e réu em 36 processos criminais.

Josias, por sua vez, confirmou ter sacado R$ 100 das contas de Valério, mas disse que não sabia que se tratava de dinheiro de caixa dois. Explicou que era presidente do Diretório Estadual do PT e que repassou todo o dinheiro para colegas derrotados do partido pagarem dívidas de campanha.

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