A Polícia Federal pediu mais 30 dias para concluir a investigação sobre o escândalo que derrubou o mais influente ministro do governo Lula para rastrear a origem dos valores depositados na conta bancária do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, acusador de Antonio Palocci.
Ao entregar o inquérito à Justiça, com o pedido de prazo, o delegado Rodrigo Carneiro Gomes admitiu que não existem indícios de que Nildo teria incorrido em crime de lavagem de dinheiro – e por isso o caseiro não consta como indiciado nos autos -, mas faz uma consulta sobre a possibilidade de identificar a fonte dos recursos depositados na conta do homem que afirma ter visto Palocci na mansão do Lago Sul, em Brasília.
A PF informou que "não descarta" a hipótese de que Nildo tenha recebido dinheiro para denunciar o ex-ministro da Fazenda, embora não disponha de nenhum dado, apenas a mera suspeita disso Para tocar essa parte da investigação, quer respaldo judicial.
No relatório endereçado à juíza Maria de Fátima Pessoa, da 10ª Vara Federal, o delegado indaga se existe ou não "interesse público" acerca da procedência do dinheiro do caseiro. Na semana passada, a juíza deu sinais de que quer essa apuração – ela não acolheu pedido de habeas-corpus do Ministério Público Federal contra a investigação da PF e autorizou o acesso aos dados bancários de Nildo.
O caseiro já depôs e contou que seu pai biológico, Eurípides Costa, um empresário de ônibus no Piauí, depositou o dinheiro em sua conta para que ele não fosse à Justiça com ação de reconhecimento de paternidade. Eurípides confirmou ao Ministério Público Federal ter dado os R$ 24, 9 mil ao caseiro para que ele não lhe causasse "problemas de ordem familiar". O empresário disse ter emprestado o dinheiro de um amigo, Antonio Alves Filho
O advogado Wlício Chaveiro Nascimento, que defende Nildo, disse que o caseiro "não ameaçou" o pai para forçá-lo a dar o dinheiro Segundo Nascimento, o caseiro procurou Eurípides em dezembro.