A Polícia Federal e o Ministério Público decidiram transferir de São Paulo para Cuiabá Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Nesta terça-feira (19) os dois serão novamente ouvidos e passarão por uma acareação com o dono da Planam e chefe da máfia das ambulâncias, Luiz Antônio Vedoin, e seu tio Paulo Trevisan. Os quatro foram presos durante operação da PF que investigava a venda de um dossiê contra o ex-ministro da Saúde José Serra.
Dependendo do resultado da acareação, a PF poderá pedir à Justiça a prorrogação da prisão temporária de Gedimar e Valdebran, que expira nesta segunda-feira (18). Além dos depoimentos, a procuradoria da República e a PF têm em mãos os resultados das escutas telefônicas realizadas durante mais de 15 dias nos telefones de Vedoin. Os procuradores investigam a hipótese de que além da obtenção de provas contra políticos, as negociações em torno do dossiê possam ter envolvido também a eventual supressão de provas. O MP também quer avançar nas investigações a respeito de "Freud", citado por Gedimar em seu depoimento como a pessoa que o encarregou de pagar pelo dossiê.
Por ter sido flagrado nos grampos negociando o dossiê, Luiz Antônio Vedoin perdeu o benefício da delação premiada. Mas o depoimento que deu entregando parlamentares beneficiários do esquema não perde a validade, pois está respaldado por documentação.