A polícia continua à procura dos acusados de ter assassinado a líder sem-terra Jocélia de Oliveira Costa, de 31 anos, e a filha dela, Emanuele de Souza, de apenas 5 anos, no último domingo, no Oeste do Paraná. As prisões de Paulo Rodrigues de Lima, 35 anos, e Ademar Alves de Lima, 28, foram decretadas na sexta-feira (23). ?Agora qualquer autoridade policial pode prender os acusados se tiverem informações sobre o paradeiro deles?, disse o delegado Amadeu Trevisan Filho, titular da 15ª Subdivisão Policial, em Cascavel.
Até que a Justiça se pronunciasse, apenas os policiais civis da delegacia de Cascavel poderiam detê-los para serem ouvidos no inquérito. Conforme o delegado, desde que a delegacia foi informada do crime, tiveram início os trabalhos para as prisões de Paulo e Ademar. Segundo o que a polícia apurou até agora, a dupla trabalhava como seguranças no acampamento do Movimento de Libertação dos Sem-Terra, às margens da BR-369, entre Cascavel e Corbélia.
Entre as testemunhas que os acusaram Paulo e Ademar estão o filho da vítima, de 13 anos, que estava no cômodo onde a mãe e a irmã foram mortas. Um outro sem-terra, Ezequias Faleiro, 31, baleado na perna, também apontou os dois como autores dos disparos. Segundo a polícia, ele foi perseguido pela dupla, porque teria tentado evitar os assassinatos.
Jocélia era líder do MLST, um grupo dissidente do MST. Ela pode ter sido morta porque Paulo Rodrigues de Lima, teria interesse no cargo dela de coordenadora do movimento. Já a menina, pode ter sido assassinada por ter reconhecido os dois homens que entraram no barraco da vítima e a mataram. De acordo com a perícia, a garotinha foi morta com uma pancada na cabeça.