Polícia apreende 3.740 comprimidos de ecstasy com DJ francês

Viajar para o Brasil com 3.740 comprimidos de ecstasy, vender a droga e se estabelecer no País. Esse era o objetivo do DJ francês Scott Richard Mijere, de 30 anos, preso na quarta-feira pelo Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). Para tanto, ele saiu de sua cidade, Villenave, perto de Marselha, no sul da França, e foi à ilha de Ibiza, que pertence à Espanha, onde comprou a droga por US$ 2,00 cada comprimido. No Brasil, essa unidade seria revendida por R$ 40,00 ou R$ 50,00.

O acusado se negou a dar entrevista. Disse apenas que essa era a primeira vez que ele havia sido preso em sua vida. “Ele estava pensando em comprar uma casa e trabalhar como DJ no Brasil, organizando festas nas quais essa droga é consumida”, afirmou o delegado Paulo Eduardo Rabello, da 5.ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), do Denarc.

A investigação que levou à prisão de Mijere começou no ano passado. Um levantamento feito pelos investigadores do Denarc descobriu a rota de tráfico de ecstasy vindo de Ibiza para ser distribuído em boates, danceterias e festas rave em São Paulo. Os vôos utilizados pelos traficantes para trazer a droga eram da companhia espanhola Ibéria, que partiam de Madri ou Barcelona para São Paulo.

Mijere chegou em um desses vôos na noite de terça-feira. Logo ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, foi seguido pelos investigadores. Os policiais queriam, além de prendê-lo, tentar descobrir quem era o contato do acusado no Brasil. Mijere foi do aeroporto para um flat da Rua Pedroso Alvarenga, no Itaim-Bibi, na zona oeste. Ali passou a noite até ser surpreendido pelos policiais, na manhã seguinte.

Esconderijo

Segundo a polícia, a decisão de prendê-lo foi tomada porque, com o passar do tempo, aumentava o risco de ele se desfazer da droga antes de ser abordado. Em uma jaqueta do acusado, os policiais encontraram cerca de mil comprimidos em três embalagens. Embaixo da cama de seu quarto, outros mil comprimidos foram apreendidos. O restante estava na garagem do flat. “Não podemos revelar ainda todos os detalhes da investigação, pois estávamos atrás de outros possíveis envolvidos”, disse o delegado.

O acusado não reagiu à prisão. Na delegacia, disse que essa era a terceira vez que vinha ao Brasil. “Temos informações de que, em 2002, ele fez uma viagem para o Rio e estamos apurando se, também naquela oportunidade, ele trouxe ecstasy”, contou o policial. De acordo com a polícia, Mijere devia permanecer cerca de 30 dias no Brasil e voltaria para a Europa para depois retornar ao País.

A droga apreendida é de uma variedade nova de ecstasy conhecida como “tamanquinho”. Em vez de ter a cor azul, como os comprimidos recolhidos anteriormente pelo Denarc, estes são brancos. Segundo o departamento, a diferença não é apenas de fabricante, mas também de qualidade da droga. A apreensão realizada na quarta-feira é a terceira maior de ecstasy realizada pela polícia em São Paulo nos últimos 12 meses.

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