Polícia anuncia desmonte de laboratório de cocaína

A Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Campinas – 100 quilômetros de São Paulo – informou que desmontou na noite de sexta-feira um laboratório itinerante de processamento de uma tonelada por mês de cocaína. A produção, pertencente à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de acordo com a polícia, abastecia todo o interior de São Paulo.

Na ação policial de anteontem, resultado de 50 dias de investigações, foram presos Alex Chervenhak, de 29 anos, o J., e seu advogado João de Oliveira, de 59 anos. Eles estavam nos fundos do "Bar do Primo" na cidade de Nova Odessa, na Região Metropolitana de Campinas (RMC) acompanhados de outras quatro pessoas, entre elas uma mulher. Todos os presos serão processados por associação para o tráfico de drogas.

No bar, a polícia também encontrou 20 quilos de cocaína que estavam passando pela diluição com outros materiais para serem colocados à venda. Também foram apreendidos 200 quilos de xilocaína, além de dezenas de frascos com éter e ácido sulfúrico utilizados para refinar a pasta de cocaína. Depois das prisões, a polícia fez vistorias em várias chácaras de Capivari, Campinas Monte Mor e Sumaré, por onde passou a quadrilha, de acordo com as investigações. Em Sumaré, os policiais descobriram outros 26 quilos de cocaína já processada. Além da droga a polícia apreendeu três carros e vários celulares.

"Para não ser encontrado, o grupo não ficava mais que cinco dias em um mesmo lugar. O advogado era o responsável por alugar as chácaras ou outros locais para o refino da droga", disse o delegado titular da Dise, Marcos Galli Casseb, para quem o PCC levou um duro golpe no sistema financeiro, baseado hoje no tráfico de drogas, com a prisão de J.

Segundo o delegado, Chervenhak é um dos comandantes do PCC no interior paulista. Depois das ações da polícia contra a organização criminosa que acabaram com a prisão de importantes comandantes nos últimos meses, o PCC redefiniu sua estrutura e redistribuiu o controle de cada "torre (espécie de gerente regional)" para cada área determinada de Discagem Direta a Distância (DDD) do sistema de telefonia. J., entretanto, extrapolou sua área de atuação, originalmente (019) para outros locais como os DDDs 012, 014 e 016.

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