Brasília – Mais de mil policiais federais e servidores da Receita Federal desencaderam uma megaoperação em oito estados e também em Miami, nos Estados Unidos, para desarticular o maior esquema de fraudes no comércio exterior já identificado no país, o que envolve sonegação de impostos, falsidade ideológica, evasão de divisas e cooptação de servidores. Pelo menos 79 pessoas já foram presas por envolvimento com as fraudes. As investigações da Operação Dilúvio correm sob segredo de justiça.

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Resultado de dois anos de investigação, a operação identificou o grupo que atuava há cerca de 10 anos, fraudando o valor das mercadorias importadas, sonegando impostos, entre outras ilegalidades. Os empresários atuavam em oito estados brasileiros, principalmente em São Paulo, e nos Estados Unidos.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Jarbas Saad, todos os empresários suspeitos de liderar o esquema já estão detidos. Um deles, que estava em Miami (EUA), já se apresentou voluntariamente e está retornando ao Brasil, onde será preso.

Durante as ações de busca e apreensão, foram encontrados US$ 1 milhão em dinheiro na casa de um empresário considerado um dos chefes da quadrilha, em Santa Catarina. De acordo com as investigações, o grupo importava os mais diversos produtos, de roupas e alimentos a equipamentos eletrônicos e pneus.

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As mercadorias chegavam a grandes lojas. A operação pretende rastrear todos os beneficiados com o esquema a partir dos documentos que estão sendo apreendidos. Entre os "clientes" do grupo, segundo Saad, estão a botique de luxo Daslu e o empresário Law Kim Chong, que já foram apontados como sonegadores em investigações anteriores.

A operação ainda está sendo realizada e conta com cerca de 1,3 mil policiais federais e funcionários da Receita. Ao todo, são 118 mandados de prisão a serem cumpridos pela operação iniciada na madrugada. Destes, nove são para funcionários da Receita Federal.

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