PF apura participação de brasileiros em turismo sexual com americanos

A Polícia Federal investiga a participação de brasileiros no esquema de exploração sexual que acabou com a prisão do americano Kenneth Ronald Graham, sábado (11), na Marina da Glória, na Baía de Guanabara, no Rio. Ele foi detido quando se preparava para embarcar numa escuna com 29 americanos e 40 mulheres de programa. Graham é suspeito de aliciar as mulheres.

De acordo com o delegado federal Felício Laterça, do Núcleo de Operações da Delegacia de Imigração, Graham também organiza "festas" como a de sábado em outros locais. Laterça não quis confirmar se os eventos ocorriam em apartamentos alugados para temporada, hotéis ou boates.

"Estamos investigando outros locais, que ainda não podem ser revelados. É uma investigação ampla, que apura inclusive a possível participação de brasileiros no esquema", afirmou Laterça. O delegado quer saber ainda se os americanos viajam ao Brasil para turismo sexual e se os encontros eram previamente combinados com Graham.

Graham costuma vir ao Brasil com visto de turista. Somente este ano, foram quatro vezes. Em 2003, o americano foi preso em flagrante a bordo da mesma escuna, a Shangrilá, com cerca de 70 pessoas, entre turistas e brasileiras. Ele foi denunciado pelo crime de exploração sexual e pôde responder em liberdade. O processo ainda corre na Justiça. Ele também já foi indiciado por exploração de menores.

Os 29 americanos que estavam no barco foram multados por estarem sem o passaporte – é obrigatório o porte do documento por estrangeiros. "Dadas as circunstâncias de estarem sem o passaporte e em meio promíscuo, eles foram notificados a deixar o País em três dias", explicou o delegado. O prazo vence nesta terça-feirae. As 40 mulheres são consideradas vítimas da exploração sexual.

Graham está preso no Presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio. Até hoje seus advogados não haviam entrado com pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça.

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