Petrobras pode fechar acordo com parceiro japonês

Rio (AE) – A Petrobras estuda abrir parceria para explorar o campo gigante de Jubarte, na Bacia de Campos, uma das maiores descobertas feitas pela empresa após o fim do monopólio estatal. A idéia, segundo entrevista a agências internacionais do gerente-geral da empresa em Tóquio, Osvaldo Kawakami, é ceder 15% de participação no projeto a um parceiro japonês. Estariam na disputa os grupos Mistui, Sumitomo e Mitsubishi, disse o executivo.

Procurada pela Agência Estado, a empresa confirmou que há parcerias em estudo, mas disse que ainda não há definição a respeito do assunto. Descoberto em 2001, Jubarte tem reservas em torno dos 600 milhões de barris de petróleo pesado – com menor valor de venda no mercado, por render derivados menos nobres. A Petrobras é exportadora deste tipo de óleo por falta de capacidade de refino em suas instalações.

Jubarte está localizado no litoral sul do Espírito Santo e produz atualmente 20 mil barris de petróleo por dia, em fase experimental. No início do ano que vem, o campo ganha sua primeira plataforma definitiva, a P-34, com capacidade para produzir 60 mil barris por dia. Um segundo sistema de produção, a plataforma P-57, começa a funcionar só depois de 2008.

O campo faz parte do Parque das Baleias, província petrolífera descoberta pela estatal em 2002 no bloco exploratório BC-60, concedido antes do fim do monopólio, em 1997. A região tem reservas superiores a 1,5 bilhão de barris, dividida em campos batizados de Cachalote, Baleia Franca, Baleia Azul e Baleia Anã. A Petrobras continua buscando reservas no local e, em agosto, comunicou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) uma descoberta de petróleo no BC-60, a segunda deste ano.

A busca por parcerias em campos de petróleo tem o objetivo de dividir os custos dos projetos. Em Jubarte, as empresas contactadas pela Petrobras podem atuar como financiadoras da plataforma P-57, disse Kawakami às agências. A estratégia já foi utilizada com a Texaco no campo de Frade, com a Enterprise Oil (depois comprada pela Shell) em Bijupirá-Salema e com a Repsol em Albacora Leste, todos na Bacia de Campos. Agora, a estatal negocia com a Repsol parceria para Mexilhão, campo gigante de gás natural na Bacia de Santos.

De todos eles, o único que está em produção é Bijupirá-Salema, de onde são extraídos cerca de 80 mil barris de petróleo por dia. A Shell fica com 80% da produção, que é exportada para outras unidades da companhia no exterior. Considerado um dos projetos mais avançados na época em que as primeiras parcerias foram firmadas, Frade só agora começa a sair do papel, com as licitações para a compra de uma plataforma de produção.

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