Rio – A Petrobras arrematou por US$ 140 milhões 251 postos de combustíveis que a Shell possuía na Colômbia, Paraguai e Uruguai. Apenas na Colômbia a Shell permanecerá com alguma atividade em postos de bandeiras múltiplas. Com a negociação, a Petrobras passa a ser a líder de mercado no Paraguai e no Uruguai, com participação superior a 20% em cada um. A negociação já vinha sendo esperada pelo mercado desde que o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, chegou a confirmar e depois negar o acerto, no início de dezembro.
"A Petrobras já deixou claro em seu planejamento estratégico que pretende ser líder no mercado de distribuição na América Latina e para isso precisa comprar estes pontos de revenda", analisou Gilberto Pereira, da Itaú Corretora.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, entretanto, a compra foi um "mau negócio". "A Shell está se distanciando da América Latina por causa das margens muito baixas nesta região e, principalmente, por causa das instabilidades governamentais. Somente estatais como a Petrobras e PDVSA (Petróleos de Venezuela) se arriscam a investir neste tipo de negócio. São decisões pautadas não pelo rendimento, mas sim por projetos políticos do governo federal", comentou.
Segundo nota divulgada pela Petrobras, a companhia assumiu o controle de 38 postos localizados em Bogotá, capital colombiana, que possuem volume anual de vendas de 235 milhões de litros. No Paraguai, foram 134 postos, com volume de 241 milhões de litros; e no Uruguai, 89 postos, com vendas de 227 milhões de litros. Em todos os países, a negociação também prevê a aquisição de plantas de estocagem, distribuição de GLP, QAV e outros derivados do petróleo.
Para o secretário-permanente da Comissão Latino Americana de Empresas de Combustíveis (Claec), Antônio Gregório Goidanich, um detalhe importante na transação é que nestes países, ao contrário do Brasil, a Petrobras poderá ser a dona direta e operar os postos adquiridos, o que deve aumentar sua receita.