Os homens dizem usar mais preservativos do que as mulheres e sugerem mais o uso da camisinha durante as relações sexuais, indica a pesquisa sobre Comportamento Sexual e Percepções da População Brasileira sobre HIV e Aids, divulgada, nesta sexta-feira, pelos ministérios da Saúde e da Educação. O estudo foi realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, um instituto de pesquisa não-governamental de São Paulo.
Os dados mostram que, na faixa dos 16 aos 19 anos, 51% dos homens usaram camisinha nos últimos 12 meses contra 33% das mulheres da mesma faixa etária. Entre as pessoas de 20 a 24 anos, o uso foi relatado por 38% dos homens e por 23% das mulheres.
O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, disse que vai trabalhar para divulgar os dados da pesquisa e tentar, com isso, igualar o uso entre os sexos. "Vamos tentar uniformizar a percepção de que o uso da camisinha é fundamental. Fica claro na pesquisa que os homens estão, principalmente na primeira relação sexual, fazendo cada vez mais o uso do preservativo. Em um quadro assim se sentem menos vulneráveis e com menor necessidade de fazer o teste do HIV", afirmou.
A pesquisa mostrou queda na porcentagem, entre os homens, de realização do teste para detecção do vírus HIV. Em 1998, 16,9% dos homens jovens faziam os testes contra 14,5% em 2005.
Além disso, o estudo aponta que o uso do preservativo aumenta de acordo com o grau de escolaridade. "Os jovens com menor nível de escolaridade têm um percentual relativamente alto, que chega a quase 15%, dos que acreditam que a AIDS tem cura. É importante que o jovem com menor escolaridade esteja sabendo que não tem cura e, portanto, se previna usando o preservativo", afirmou Elza Berquó, coordenadora geral da pesquisa.