Pesquisa faz diagnóstico do sistema penitenciário

Propostas para melhorar o atendimento médico e psicológico no sistema penitenciário paranaense acabam de nascer de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Paraná em parceria com os Conselhos de Psicologia, Serviço Social, Farmácia, Nutrição, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, além do Ministério Público.

Durante três anos, diversos profissionais dessas instituições entrevistaram médicos, enfermeiros, psicólogos, pedagogos, nutricionistas e fisioterapeutas que trabalham nas penitenciárias de Curitiba e Região Metropolitana para saber os problemas que enfrentam. A pesquisa foi realizada na Prisão Provisória do Ahú, Penitenciária Central do Estado, Penitenciária Feminina e Manicômio Judiciário. Do trabalho resultou uma série de sugestões para melhorar o trabalho dos profissionais como também dar mais qualidade no atendimento aos detentos.

Os profissionais da saúde reclamam das faltas de condições de trabalho e da insegurança a que são submetidos todos os dias, porque trabalham “encarcerados”. Os problemas enfrentados acabam refletindo na vida pessoal e familiar. Depois de realizado o diagnóstico, o grupo de estudos desenvolveu, juntamente com os funcionários dos presídios, uma série de sugestões para melhorar as condições de trabalho.

“Muitas propostas não dependem de recursos financeiros, mas da boa vontade dos administradores dessas unidades”, explica a professora Araci, Azinelli da Luz, do Setor de Educação da UFPR. Os profissionais pedem reuniões com as unidades prisionais para que o trabalho possa ter um acompanhamento efetivo, o desenvolvimento de programas de atuação dentro das unidades, melhoria das condições físicas, políticas educacionais para os presos, entre muitas outras sugestões.

O documento desta primeira etapa dos estudos estará sendo apresentado nos próximos dias ao governo estadual. Já no mês que vem, o grupo pretende começar a segunda fase da pesquisa, que visa uma análise do trabalho do agente penitenciário. A meta é depois atuar também junto aos detentos para desenvolver propostas gerais para o sistema penitenciário paranaense. Além da professora Araci Azinelli da Luz, o estudo tem a coordenação do psicólogo Jorge Luiz Vieira, representante do Conselho de Psicologia.

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