Pesquisa da CNI prevê queda nas exportações no próximo semestre

Empresários de todo o país manifestaram pouco otimismo sobre a evolução dos negócios no mercado interno e estimaram redução nas vendas externas no próximo semestre, de acordo com a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa ouviu 1.458 pequenos, médios e grandes empresários de 17 diferentes setores, e pelo segundo trimestre consecutivo eles declararam que a previsão é de exportar menos, principalmente por causa da valorização do real em relação ao dólar norte-americano e da alta carga tributária.

Na análise do coordenador de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato Fonseca, as grandes empresas exportadoras apontam o câmbio como principal entrave às vendas e as pequenas e médias culpam os juros altos, a competição acirrada e os impostos. Além disso, estimam aumento das importações de bens de capital para modernizar o parque industrial.

Dos 17 setores pesquisados em julho pela CNI, oito esperavam redução nas vendas externas. Agora, o número aumentou para 14, com previsões mais pessimistas para os fabricantes de vestuário, calçados, minerais não-metálicos, peles, madeira e têxteis em geral. Segundo Fonseca, as previsões são boas para os fabricantes de bebidas e produtos farmacêuticos.

O indicador referente à expectativa do número de empregados caiu pela quinta vez consecutiva, atingindo 47,1 pontos em outubro, o que reflete, de acordo com o coordenador, a dificuldade para as empresas manterem postos de trabalho. Embora mais de 50% dos empresários apostem na manutenção de seus quadros, ele lembrou que o número de empresas que pretendem contratar é menor que o daquelas que estimam redução.

O boletim da CNI informa ainda que apenas o indicador relativo à evolução da economia teve evolução significativa, e passou de 48,5 pontos na pesquisa de julho para os atuais 52 pontos. Na avaliação de Renato Fonseca, a sanção da Medida Provisória 255, de desoneração tributária, deverá melhorar as expectativas do empresariado, porque poderá gerar mais investimentos, crescimento e emprego.

Voltar ao topo