Pequenas empresas têm pior expectativa sobre exportações, aponta CNI

Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (1) um levantamento sobre a expectativa das indústrias para as exportações no segundo semestre deste ano. A pesquisa de opinião, intitulada Sondagem Especial sobre Comércio Exterior, mostra que as pequenas e médias empresas esperam uma queda nas exportações. Já as grandes empresas têm previsão ligeiramente positiva, melhor do que o desempenho registrado em 2005.

Para medir a expectativa das indústrias sobre exportação, a CNI utiliza uma escala de 0 a 100 pontos, na qual os valores abaixo de 50 são considerados negativos. O índice geral da indústria brasileira para julho e dezembro deste ano é negativo, com 47,6 pontos, um pouco maior do que o apurado para o segundo semestre do ano passado, de 45,9 pontos (primeiro número negativo desde 1998).

A grandes empresas contribuíram para o aumento com índices acima de 50 (51,5 pontos), refletindo uma expectativa de exportação maior em relação ao desempenho de 2005 (48,4 pontos). Já as pequenas e médias empresas acreditam em queda nas exportações, como mostra o indicador de 46,2 pontos para os próximos seis meses.

Os setores têxteis, de calçados, madeireiros, químicos, de máquinas e equipamentos, produtos de metal, minerais não-metálicos, máquinas e materiais elétricos, de veículos automotores e móveis apresentam indicadores negativos para o próximo semestre. A pior expectativa é para o setor de calçados, com 30,9 pontos. Já o setor de alimentos, vestuário, couro, papel e celulose, farmacêuticos, de metalurgia básica e material eletrônico apresentam indicadores positivos. O que mais se destaca é o setor farmacêutico, com 68,1 pontos.

De acordo com o estudo, a exportação vem caindo principalmente entre empresas que exportam pouco, com impacto reduzido na balança comercial. As conseqüências seriam o comprometimento do potencial exportador do país e o aumento na concentração das vendas em um grupo pequeno de empresas. Apesar da redução dos lucros, o levantamento mostra que as empresas se esforçam para manter os clientes no exterior por considerar este um mercado estratégico.

A pesquisa levou em conta a valorização do real, que ocorreu 2005. Segundo a CNI, o efeito dessa valorização ainda não aparece nos números do comércio exterior brasileiro, no que diz respeito às exportações. A sondagem especial foi realizada em conjunto com a industrial, entre os dias 28 de março e 19 de abril. Foram entrevistados 1.479 empresários, sendo 1.264 de pequenas e médias empresas e outros 215 de empresas de grande porte.

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