Pela telinha

Promessa feita, promessa cumprida. O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, assegurou que passaria a levar em conta imagens da televisão para punir jogadores e dirigentes que não são apontados na súmula do árbitro. Ou até mesmo para punir os próprios árbitros, que por vezes se aproveitam da autoridade para cometer atitudes antidesportivas.

Nos julgamentos da última terça-feira, o procedimento passou de intenção a realidade. O goleiro do São Paulo, Rogério Ceni, pegou uma suspensão preventiva pela agressão ao meia Dimba, na segunda partida entre Goiás e São Paulo pela Copa do Brasil. Injuriado, o são-paulino soltou o verbo contra Zveiter, como se a atitude dele fosse, na verdade, um abuso de autoridade. Pior: teve a pachorra de dizer que não agrediu o companheiro de profissão, apenas encostou nele, sem querer. O próximo que deve pagar o preço pela indisciplina é o atacante flamenguista Fernando Baiano, que deu uma cusparada no goleiro Diego, do Atlético-PR – tudo devidamente captado pelas câmeras de televisão.

Ainda no filão da utilização do recurso de vídeo, quem também entrou na roda foi o árbitro paranaense da Fifa, Héber Roberto Lopes. Durante a partida entre Vasco e Cruzeiro, também pela Copa do Brasil, no último dia 21, o juiz se dirigiu ao meia Marcelinho Carioca de forma desrespeitosa. O jogador disse que não ouviu, mas o vídeo deixou claro. Suspensão preventiva nele!

Agora, o aviso está dado. A idéia do STJD é continuar testando o uso de imagens como advento para a punição de profissionais que tenham um comportamento antidesportivo para acrescentá-lo no texto do novo CBDF, que deve ser oficializado, no mais tardar, no início de 2004. Mais que isso, há a intenção de nomear fiscais para que fiquem atentos ao comportamento de atletas, árbitros e dirigentes, participando ativamente de acusações e punições, tudo em prol do prevalecimento do futebol-arte.

Aos clubes cabe a obrigação de alertar seus atletas para que sejam mais comedidos nas faltas e no verbo – se o sistema de som captar xingamentos, a punição é certa. O Coritiba saiu na frente e hoje chamará a atenção de seu grupo sobre o rigor do STJD. Que os outros clubes sigam o exemplo para evitar problemas futuros. A partir de agora, todo o cuidado é pouco. Melhor para o torcedor, que certamente verá menos cenas lamentáveis protagonizadas pelas grandes estrelas do espetáculo da bola.

Gisele Rech (badalacao@parana-online.com.br) é repórter de Esportes em O Estado

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