O Primeiro Comando da Capital (PCC) tentou investir em anúncios publicitários em jornais para sensibilizar a população para a greve de fome que 40 integrantes da facção criminosa fazem há 11 dias no Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, em protesto às reformas feitas na unidade.
O anúncio seria para divulgar a missa que será realizada às 12h de hoje, na Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, em favor dos grevistas e de uma solução para o protesto. A missa será rezada pelo padre Pedro Fenech, que afirmou que, mais que todos, os encarcerados carecem de orações.
Desde o dia 6, os internos só bebem água. Se a greve ultrapassar o fim desta semana, médicos afirmam que eles podem adoecer. Os detentos reivindicam a retirada das chapas de aço colocadas na frente do vidro das janelas. Apesar de perfuradas, os presos afirmam que as placas impedem a ventilação e luminosidade.
"Rogamos a Deus, Todo Poderoso, que nos ajude a sensibilizar as autoridades para intervirem (com firmeza e transparência) para o restabelecimento de condições físicas mínimas de abrigabilidade (sic) dos internos", diz trecho do anúncio.
O texto do convite afirma que as "reformas impostas transformaram as celas em verdadeiras câmaras de tortura, com insuportável rarefação de ar e luminosidade, de tal forma que acaba ofendendo, em curto prazo, a integridade física, psíquica e moral" dos detentos.
As reformas foram feitas entre os meses de agosto e outubro, depois que os presos promoveram um quebra-quebra, com a destruição dos vidros das celas, sanitários e pias.
"Os presos só diferem o dia da noite porque de noite eles sabem que as luzes são apagadas", informou a advogada Iracema Vasciaveo, contratada pelos familiares para acompanhar, junto ao Departamento de Execuções Criminais (Decrim), a greve de fome.