Paulo Renato critica propostas de governo do PT

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, fez críticas ao PT, hoje, pelo que considerou ?erros clamorosos? contidos no programa de governo, ao avaliar a qualidade do ensino no País. O tucano, que no ano passado chegou a lançar seu nome para concorrer à Presidência da República, afirmou que vê com naturalidade a hipótese de a oposição chegar ao poder. Ressaltou, porém, que o eleitor terá de avaliar se quer mudar o modelo econômico, ao escolher entre o candidato tucano, José Serra, e os oposicionistas.

Durante palestra na Associação Comercial do Rio, Paulo Renato disse temer um agravamento da crise econômica que leve à interrupção de programas educacionais como o bolsa-escola. O ministro negou que haja possibilidade de cortes em decorrência das turbulências atuais. ?Minha preocupação é que o desarranjo na economia possa comprometer avanços que nós fizemos. É importante que tenhamos estabilidade para continuar avançando com programas como o bolsa-escola, o Fundef. Se entrar em situação de instabilidade que tínhamos antes do governo Fernando Henrique, esses programas podem ser comprometidos?, afirmou.

Durante a palestra, Paulo Renato se disse ?injuriado? e ?indignado? com as críticas à educação, que considera injustas e fruto de falta de informação. ?Gostaria que aqueles que vão dirigir o País nos próximos anos pudessem ter uma idéia mais clara?, disse.

Segundo Paulo Renato, o programa de governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva critica a qualidade do ensino, mas não leva em conta o fato de que entre 1994 e 2001 o porcentual de professores com nível superior passou de 44% para 55% e que o número de professores leigos (não-formados) caiu de 360 mil para menos de 100 mil. ?O PT divulgou na semana passada o programa de governo que contém erros clamorosos. Diz que a avaliação que fazemos é de final de curso, confunde o Exame Nacional de Ensino Médio, Enem, com o Provão e com o Sistema de Avaliação do Ensino Básico. Esquece que a avaliação (do ensino superior) é feita também por comissões de professores especialistas, que vão às universidades e fazem seus relatórios?, criticou o ministro.

O ministro traçou um panorama dos avanços na educação brasileira  marcada pelo aumento das crianças de 7 a 14 anos na escola, passando de 87,5% para 97%. Segundo o ministro, há 60 milhões de estudantes no País (um terço da população brasileira), desde o ensino fundamental até a pós-graduação. Na próxima segunda-feira  ele levará diversos dados da educação ao comando da campanha de José Serra. As informações abastecerão os tucanos na estratégia de apresentar os avanços sociais do atual governo, prometendo avançar no que ainda falta.

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