Ribeirão Preto (AE) – O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou hoje, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, "está bichado" e que "não vai se sustentar no governo".
As críticas foram feitas durante a passagem da caravana sindical que vai a Brasília pedir o reajuste do salário mínimo para 400 reais e a correção de 13% na tabela do Imposto de Renda (IR).
"Foi aqui (Ribeirão Preto) e em Santo André (Grande ABC) que tudo começou, que eles aprenderam a fazer corrupção", disse, numa referência às denúncias em prefeituras petistas de cidades paulistas.
Palocci foi prefeito de Ribeirão Preto entre 1993 e 1996 e entre 2001 e 2002, quando deixou o cargo para ser ministro. O governo dele é investigado pelo Ministério Público (MP), Polícia Civil e Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, por, entre outras acusações, suspeita de desvio de dinheiro para o caixa do PT.
No entanto, o presidente da Força Sindical evitou ligar a cidade a Palocci. "Aqui, tem vários sindicatos nossos e a gente resolveu concentrar-se em Ribeirão Preto pelo tamanho da cidade. Nem pensamos muito na corrupção do Palocci", afirmou.
"Mesmo que a gente não fale mal, ele (Palocci) é um ministro que está bichado. Você não pode ter o ministro da Fazenda, o principal funcionário público do País, que cuida do nosso dinheiro, com suspeita de corrupção", afirmou.
Na opinião de Paulinho, Palocci deve sair da administração federal até o fim de 2005. "No final do ano, quando estiver meio calmo, ele cai fora", disse. Por fim, o presidente da Força disse que o substituto do ministro da Fazenda "pode ser qualquer um", desde que mude a política econômica e baixe os juros.
Sobre o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), seria um bom nome para o cargo, Paulinho duvidou. "Não sei se ele mudaria, não", concluiu. A comitiva de sindicalistas seguiria hoje à tarde para Uberlândia, no Triângulo Mineiro, município no qual passaria a noite, e amanhã (29) vai à capital federal.