Passageiros do ferryboat naufragado podem ter morrido por asfixia

Vários passageiros do ferryboat senegalês Joola, cujo naufrágio provocou a morte de cerca de 1.000 pessoas na semana passada, sobreviveram várias horas aprisionados na embarcação à espera de socorro. Segundo pescadores – os primeiros a chegar ao local -, várias pessoas no interior do barco golpeavam a quilha para indicar sua presença. No entanto, as equipes de socorro, que partiram de Dacar, levaram mais de 15 horas para chegar ao local da tragédia, quando já era tarde.

Um mergulhador que participou desde o início dos trabalhos de resgate, Haidar el-Ali, contou que encontrou na embarcação ?centenas de corpos reagrupados em alguns pontos, talvez onde se haviam formado bolsões de ar?. ?Os passageiros não caíram ao mar: era noite e fazia mau tempo, todos viajavam no interior do barco; muitos morreram asfixiados?, acrescentou.

A bordo da embarcação, que tinha capacidade de transportar no máximo 550 pessoas, havia 1.034 pessoas. Segundo números oficiais, apenas 64 pessoas sobreviveram ao naufrágio.

Os restos do Joola estão sendo levados à deriva até as costas de Gâmbia, em águas com cerca de 20 metros de profundidade, e logo estarão totalmente submersos. A nave pertencia ao Estado do Senegal e era administrada pelo Exército. O naufrágio foi causado por uma tormenta entre as noites de quinta e sexta-feira da semana passada, a pouca distância da fronteira marítima entre o Senegal e Gâmbia.

Entre os mortos (na maioria senegaleses) estão 10 franceses, cinco espanhóis, dois holandeses, dois belgas e dois suíços. (AE-ANSA)

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