Zavataro está na corda-bamba

Pela vontade do delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto de Oliveira, o novo delegado da Dinarc (Divisão de Narcóticos) será mesmo José Roberto Jordão. Ainda não há nada de oficial, mas o delegado-geral elogiou ontem o trabalho de Jordão como titular do 11.º Distrito Policial (DP), na Cidade Industrial, em Curitiba. “Ele vem fazendo um excelente trabalho no combate ao tráfico na região”, disse.

Adauto disse que, até anteontem, não pensava no afastamento do delegado Luiz Antônio Zavataro, titular da Divisão de Narcóticos (Dinarc), mas depois das denúncias feitas por Zavataro já admite a possibilidade. O desempenho da Dinarc estaria muito aquém do que o delegado-geral esperava. Oficialmente, Zavataro está em licença médica e posteriormente entrará em férias.

O delegado da Dinarc elaborou um dossiê sobre prostituição e o possível envolvimento de policiais no esquema ilegal, recebendo propinas e facilitando o trabalho dessas casas. Adauto explicou que se for comprovada a participação de policiais no “esquema” o fato será rigorosamente apurado. O teor do dossiê ainda não chegou ao conhecimento do delegado-geral, nem do secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, de acordo com sua assessoria.

O estopim para a crise na cúpula da Polícia Civil teve início com o fechamento da Sauna Imperial, no dia 2, sob acusação de funcionar como local de prostituição. Durante blitz comandada por Zavataro, para apurar denúncia de que as garotas de programa usavam drogas na sauna, não foram encontradas substâncias ilegais no local, mas havia prostitutas mantendo relações com clientes, nos quartos do segundo pavimento. O dono da sauna, Joelmir Adilson Valério, de 59 anos, e duas funcionárias foram detidos e autuados em flagrante na Central de Polícia. Passaram dois dias na carceragem da Datox (Delegacia Antitóxicos) até obterem habeas-corpus.

Zavataro disse ontem, a O Estado, que tem conhecimento dos comentários do delegado-geral sobre a sua eventual substituição. O delegado da Dinarc informou que seu trabalho era elogiado e somente começou a ser questionado após a blitz. “Causa estranheza, não é mesmo?”, alfineta.

O delegado informou que começou a saber da sua eventual queda pela escuta, autorizada pela Justiça, feita na sauna, em que funcionários e clientes falavam sobre o assunto. “Meus superiores nada comentavam, mas como as pessoas que freqüentavam o meio (sauna) sabiam que eu ia cair?”, questiona.

Zavataro sai em defesa de seu principal assessor, Carlos Messias da Silva. “Em outro veículo de comunicação, o Adauto explicou que meu assessor havia pedido transferência e que todos os cargos comissionados estão sendo devolvidos a Secretaria de Justiça. Se for assim, quero saber se a esposa dele, que também tem um cargo em comissão (DAS-5) da Casa Civil, vai ter que entregá-lo”, diz.

Zavataro diz sentir mágoa da instiuição da Polícia Civil, que não o tem apoiado, apesar de ele ter feito apenas o trabalho a qual foi incumbido.

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