Votação em Matinhos acaba em confusão

Confusão na manhã de ontem em Matinhos. Funcionários do Hospital Municipal – fechado na madrugada de sexta-feira – e moradores da cidade fizeram uma mobilização em frente à Câmara dos Vereadores. Os parlamentares votaram ontem, em uma sessão extraordinária, a liberação da suplementação orçamentária no valor de R$ 1,7 milhão. No entanto, seis vereadores votaram contra a proposta, causando revolta nos manifestantes. Somente quatro votaram a favor da liberação. Por volta das 12h30, policiais militares compareceram no local para conter os ânimos.

Os manifestantes estavam impedindo os vereadores de deixar a Câmara, no tumulto que durou cerca de uma hora. Os parlamentares tiveram que deixar o local dentro de camburões da Polícia Militar (PM). “Isso é um ato de banditismo porque eles estão afetando o setor de saúde do município. Muitas pessoas estão trabalhando sem receber e passando necessidade”, alegou o prefeito de Matinhos, José Maria Corrêa (PMDB).

A Prefeitura decidiu fechar a instituição, alegando que o município não tem condições de manter o local aberto sem a liberação da suplementação. Do total do recurso, 80% seria destinado para manutenção e funcionamento do setor de saúde – principalmente o Hospital Municipal e pagamento dos funcionários da Cooperativa de Saúde e Saneamento do Litoral do Paraná (Cosslip), que prestam serviços terceirizados para o município, e estariam com os salários atrasados.

“Com essa decisão, os vereadores estão querendo promover o ex-prefeito, que era corrupto. Não tem justificativa esse posicionamento da Câmara. Toda a população está revoltada com o caso”, destacou. O prefeito ainda informou que tem em caixa R$ 4 milhões que poderiam ser implantados na solução do problema, mas também depende da votação dos vereadores. “Na votação da implementação das diárias dos salários, eles aprovaram, mas um assunto de interesse público, eles votam contra. É inaceitável. Eles serão notificados e se ocorrem prejuízos à saúde e aos moradores da cidade, terão que responder civil e criminalmente na justiça”, completa Corrêa.

A Secretaria de Saúde de Matinhos informou que somente os atendimentos emergenciais estão sendo realizados na instituição. Os demais pacientes serão encaminhados para Curitiba. A unidade atende uma média de 140 pacientes por dia, sendo as maiores demandas ginecologia, pediatria e ortopedia. A instituição também estava atendendo pacientes de Guaratuba, Pontal do Paraná e de Paranaguá.

Documentos

O presidente da Câmara, Álvaro Rodrigues de Jesus (PSL), informou que hoje, às 9h30, a matéria será votada em segundo turno. “Mas isso só vai acontecer se a cooperativa apresentar os documentos provando quanto é gasto por mês e quanto vai ser necessário para custear o hospital até o final do ano”, disse, criticando a postura do prefeito. “Ele trouxe um caminhão de som para frente da Câmara e começou a incitar a população. Ele desrespeitou a lei eleitoral, os vereadores e a população da cidade. Por causa disso, alguns vereadores chegaram quase a ser agredidos”, acusou.

Voltar ao topo