Metade dos usuários de maconha no Brasil, que liga para o Serviço Nacional de Orientações e Informações sobre a Prevenção ao Uso Indevido de Drogas (Vivavoz), acaba experimentando drogas mais pesadas, como crack e cocaína.

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A média do Paraná é bem próxima da nacional. De acordo com o próprio Vivavoz, 46% dos paranaenses que se declararam usuários de maconha também costumavam consumir cocaína ou crack.

Ao todo, 49% dos brasileiros que ligaram para o Vivavoz e disseram utilizar maconha, também se referiram ao uso de outras drogas. A busca por outras drogas está ligada principalmente à falta de informação sobre os efeitos que elas podem provocar, na opinião da coordenação do Vivavoz e também da Secretaria Antidrogas de Curitiba.

“Campanhas de prevenção são muito novas. Até pouco tempo atrás só se pensava em polícia para resolver o problema das drogas. A principal bandeira da Antidrogas em Curitiba é evitar que se formem novos viciados”, afirma Hamilton José Clain, do setor de inteligência da Secretaria Antidrogas.

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Segundo Clain, a maioria das pessoas ainda não tem conhecimento sobre como as drogas atuam no organismo e suas consequências. “Tem um impacto diferente quando a pessoa sabe o que a droga causa. Sem informação, quanto mais se usa, menos efeito a maconha faz e cresce a procura por drogas mais fortes”, completa.

Para quem usa maconha, Clain ainda cita a “moda” da indicação para o uso do crack. “Muito se diz hoje que, depois de usar a maconha, que dá fome, é bom usar o crack, que dá perda de apetite, e uma droga equilibraria a outra. Na verdade o que acontece é o contrário e o prejuízo para o corpo é em dobro”, explica.

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Na maioria das vezes, os usuários desconhecem os problemas decorrentes do uso da própria maconha. Além de delírios, alucinações e dependência, por conter alcatrão, a substância pode provocar outras doenças comumente associadas ao uso do cigarro, como bronquite, asma, enfisema, faringite e até câncer.

Perguntas

Dados do Vivavoz mostram também que, do total de usuários de drogas que procuram o serviço, as perguntas mais frequentes são sobre cigarro e bebidas alcóolicas: 57,6% perguntam sobre tabaco; 54,4% sobre álcool; 50,5% sobre maconha e 48,3% sobre cocaína.

O perfil das pessoas que procuram o Vivavoz é composto basicamente por homens de 18 a 25 anos, com ensino fundamental incompleto, solteiro e com renda familiar inferior a cinco salários mínimos.

O Vivavoz é um serviço telefônico gratuito que presta presta informações científicas sobre drogas, oferece apoio para familiares e intervenção breve para usuários que desejam conversar sobre suas experiências e indica locais de tratamento. O serviço atende das 8h às 24h, de segunda a sexta-feira, pelo telefone 0800-510-0015. Quem liga não precisa se identificar.