Vítimas da chuva ainda aguardam a ajuda oficial

Os efeitos de uma enchente não duram somente até o nível da água diminuir. Para as famílias vitimadas pelas fortes chuvas da última semana em Curitiba, principalmente na Vila 23 de Agosto, na região da Vila Osternack (zona sul), o drama de ter suas casas e bens totalmente destruídos pela enxurrada continua. Ontem, durante a tarde, eles fecharam a Rua Eduardo Pinto da Rocha, principal da vila, para protestar contra a falta de atenção dada a eles pelos órgãos competentes. Além de pneus, vários móveis que ficaram inúteis depois da enchente foram usados como combustível para o fogo que impediu o tráfego na via pública.

Cerca de trezentas famílias foram prejudicadas pelo alagamento. Marli Soares Rodrigues é uma que não sabe o que fazer para reverter a situação. Ela é viúva, tem uma filho de sete anos e não recebe pensão. “A chuva destruiu minha casa. Estou morando de favor na casa da minha cunhada. Não sei o que vou fazer, a Prefeitura precisa nos ajudar”, afirmou Marli.

O pedreiro Altino Shor também perdeu muito com a enxurrada. “A água ficou na metade da casa”, destacou, apontando a marca onde o nível da água chegou. Shor mora às margens do Rio Padilha e pede que a Prefeitura o ajude a morar num lugar mais digno.

Uma das fortes queixas da população da região diz respeito à ajuda da Fundação de Ação Social (FAS). “Eles prometeram que iam nos ajudar, mas até o momento nada. Recebemos um pouco de alimentos e roupas da comunidade, mas mesmo assim estamos passando sérias dificuldades”, reclamou Matilde Covalski, que perdeu fogão, cama e colchão com a enchente.

Ajuda

Conforme a assessoria de comunicação da FAS, a Fundação está fazendo o levantamento das necessidades da população atingida pelas chuvas de quinta e sexta-feira (5 e 6). Equipes da Defesa Social também percorrem os locais diariamente. Com esse diagnóstico será possível encaminhar o auxílio necessário para quem ainda estiver em situação de emergência. Pela estimativa da Fundação, cerca de 160 famílias precisarão de algum tipo de auxílio.

Cerca de cinqüenta famílias das vilas Osternack e Guaraqueçaba ficaram abrigadas em duas escolas da região e receberam cobertores, colchões e alimentação até terça-feira pela manhã, quando voltaram para suas casas.

Entre quinta e sexta-feira, foram repassados 165 cobertores, 145 colchões, cinco sacolas de roupas, duas sacolas de calçados e cinüenta pacotes de leite em pó, para o Bairro Novo. Para o Boqueirão foram entregues noventa colchões e noventa cobertores.

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