Luís e a blindagem na porta da station
wagon BMW: serviço deixa o carro à
prova de tiros de arma calibre 12.

Há cerca de dez anos, só se falava de carro blindado em Curitiba para lembrar de alguma cena de filme policial americano ou para gozar paulistas e cariocas, aterrorizados com a violência urbana. Mas os reflexos do crescimento da cidade, que cada vez mais atrai gente em busca da “capital social” começam a aparecer.

O inchaço das periferias urbanas e o conseqüente aumento dos índices de assaltos, homicídios e seqüestros trouxe medo e preocupação para os curitibanos. Os donos de veículos mais caros, principalmente importados, alvos óbvios dos criminosos, passaram a procurar empresas de blindagem.

“Já trabalhamos com vários clientes curitibanos. Pegamos o carro aí em Curitiba, trouxemos para cá, blindamos e levamos de volta”, explica Duarte Moraes, gerente de marketing da Armor Blindagem, uma das mais tradicionais entre as dezenas de blindadoras de São Paulo. Desde o começo do ano, no entanto, não é mais necessário o deslocamento até São Paulo. A curitibana Eurocar, que há dez anos trabalha com mecânica para carros, principalmente importados, decidiu apostar no mercado. “É uma coisa que não tinha em Curitiba e sabíamos que o pessoal ia para outros lugares atrás do serviço. Começamos agora e as coisas ainda estão devagar, mas a tendência é crescer”, diz o gerente-geral da Eurocar Luís Pires.

A empresa deve blindar seu terceiro caro na semana que vem. O trabalho já foi feito em um Golf e atualmente uma perua da BMW está sendo blindada. A operação de blindagem custa, segundo Luís, entre R$ 40 mil e R$ 70 mil. “Depende do modelo e do nível da blindagem”, explica.

O trabalho dura entre 20 e 30 dias e é feito por um técnico que recebe treinamento especial. De acordo com o gerente da empresa, a tecnologia da Eurocar é a mesma das principias empresas de São Paulo. “Custa bastante, leva um tempo mas o resultado compensa. Segura até tiro de 12 (arma calibre 12)”, garante.

A Eurocar e a Servopa já negociam a exibição de um dos veículos na concessionária. “Vamos fazer um teste. Alguns clientes já perguntaram na concessionária sobre blindagem, vamos ver o que dá. Ë um setor que pode crescer”, arrisca Marcos Rossi, gerente comercial da Servopa.

Concorrência

A Eurocar deve começar a enfrentar concorrência em breve. O potencial do mercado curitibano chamou a atenção da Armor, que está finalizando a instalação de uma filial em Curitiba. “Vamos terceirizar as operações que passam a ser feitas aí”, diz Duarte. “Ainda não é uma guerra civil como São Paulo, mas o curitibano que tem dinheiro e pode gastar essa quantia pela segurança está procurando a blindagem”, diz.

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