Vigilantes protestam contra empresa

O Sindicato dos Vigilantes de Curitiba promoveu ontem uma manifestação em frente à empresa de vigilância Faro. Eles alegam que a empresa não registra os trabalhadores, não fornece o material de trabalho necessário e nem tem depositado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), entre outras irregularidades.

O presidente do sindicato, João Soares, comenta que a empresa só contrata funcionários que possuem arma para realizar o trabalho. No entanto, ele diz que a lei 7.102 determina que a própria empresa tem que fornecer o equipamento. “Muitos não têm registro da arma. Quando acontece um incidente, eles respondem criminalmente por porte ilegal de arma”, diz Soares. Os coletes de segurança também estariam vencidos.

A falta de registro também é um grave problema. Mauro Estrela trabalha no local há 8 anos e até hoje não foi registrado. Além de não ter garantidos seus direitos trabalhistas, ele ainda está correndo o risco de perder a carteira de motorista, devido às multas que recebeu por dirigir carros da empresa. “Todos os carros estão com o IPVA atrasado e funcionam com gás, sem ter autorização. Não sei como ainda estão rodando”, diz Mauro. Este mês ele recebeu um aviso do Detran sobre a cassação do direito de dirigir. Ao comentar a situação na empresa, foi aconselhado a pagar as multas. Outro problema é a falta de reciclagem determinada pela lei. A cada dois anos os vigilantes devem participar de cursos, onde praticam tiro. Mauro e a maioria dos colegas estão desatualizados. Além disso, eles são intimidados quando vão receber o salário. “Ele fica com uma arma na mesa e pergunta para os vigilantes se está tudo certo”, diz o sindicalista.

Segundo ele, cinco funcionários que exigiram seus direitos foram demitidos por justa causa e outros 18 forçados a pedir demissão. Entre eles, Cláudio Costa e Silva, que reclamou do vale-refeição. “De R$ 5,00 baixou para R$ 4,50 este mês”, fala. Alguns não receberam ainda seus direitos. Soares afirma que eles vão acionar a empresa na justiça do Trabalho. O Estado entrou em contato com o advogado da empresa, deixou recado no celular, mas não obteve resposta.

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